Transplantes da mesma dadora deixam quatro pessoas com cancro

Quatro pessoas ficaram com cancro – três delas já morreram – ao receberam órgãos da mesma mulher, que foi dada como saudável quando morreu, em 2007, de um acidente vascular cerebral.

Na altura da morte da paciente, os exames médicos não detetaram qualquer anomalia, pelo que foram autorizados vários transplantes dos órgãos da mulher, que tinha 57 anos.

Os pacientes que receberam os pulmões, os rins e o fígado foram mais tarde diagnosticados com cancro.

Através da análise de ADN, foi provado que a doença foi ‘passada’ pela dadora dos órgãos.

A primeira morte ocorreu 16 meses após o transplante.

Uma mulher de 42 anos, que tinha recebido os pulmões, morreu de cancro da mama.

As outras duas mortes ocorreram em 2013 e 2014, envolvendo os pacientes que receberam o rim esquerdo e o fígado.

O rim direito da mulher que morreu ‘saudável’ em 2007 foi transplantado para um homem que também sofreu de cancro.

O diagnóstico foi feito a tempo, permitindo a remoção do rim. É o único dos quatro transplantados a sobreviver.

“Este é o primeiro caso de transmissão de cancro de mama em consequência de um transplante de órgãos de apenas uma paciente afetando quatro recetores”, destacou Frederike Bemelman, especialista em transplantes renais da Universidade de Amesterdão (Holanda), que liderou o estudo agora publicada pela American Journal of Transplantation.

“Nenhum estudo anterior tinha detetado um intervalo tão grande entre o transplante e a manifestação do tumor”, acrescentou o cirurgião.

Esse estudo comprovou que o cancro foi transmitido por “micrometástases”, presentes nos órgãos transplantados, que não foram detetadas nos exames realizados após a morte da dadora.

Como as pessoas que recebem órgãos são fortemente medicadas para se evitar a rejeição, as “micrometástases” beneficiaram da fraqueza do sistema imunológico para crescerem.

“Estes casos são totalmente extraordinários, mas é preciso correr este risco para que as pessoas não morram por não receberem o transplante”, salientou a diretora dos Serviços Médicos da Organização Nacional de Transplantes de Espanha, Elisabeth Coll, em declarações ao El País.

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