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O transplante de rosto a que nunca nenhum homem fora sujeito

O caso mediático do bombeiro Patrick Hardison, submetido a um transplante de rosto, supera uma operação semelhante, realizada em 2012. Na altura, um homem recebeu uma nova face. Recorde esse caso, a partir da história de Patrick.

Os médicos que operaram Patrick superaram um feito de 2012. Na altura, foi realizado o maior transplante de rosto. Richard, de 37 anos, alvejado na face, recuperou a cara perdida. A medicina deu mais um passo.

A intervenção cirúrgica a Patrick Hardison demorou 26 horas e envolveu 150 pessoas, para devolver o rosto a um bombeiro que o perdera, no combate a um incêndio, onde sofreu queimaduras de terceiro grau.

O ponto de partida era pouco animador, daí que os médicos tenham atravessado um longo processo de formação, ao longo de um ano, para garantir as máximas probabilidades de sucesso.

O dador foi David Rodebaugh, jovem de 26 anos, que morreu após um acidente de bicicleta. A família de Patrick Hardison dedica uma palavra de agradecimento pela generosidade.

O bombeiro recebeu um transplante de cara, do couro cabeludo, das orelhas, lábios, nariz e pálpebras. As probabilidades de sobreviver a esta intervenção não eram elevadas: 50 por cento.

Os riscos de infeção colocaram este bombeiro numa espécie de casino, onde teria de apostar tudo numa decisão. Mas não hesitou. Patrick escolheu a opção mais arriscada e conseguiu sobreviver.

“Não pensei duas vezes. Eu sabia que não iria morrer naquela mesa de operações. A morte nunca me assustou nem um bocadinho”, revela.

Os médicos achavam que o bombeiro iria perder a visão, mas esse cenário não se confirmou e o bombeiro, pai de cinco filhos, poderá observá-los para sempre.

“Posso andar pela rua sem ninguém apontar o dedo, olhar para mim… Sou uma pessoa normal”, acrescenta Patrick Hardison, feliz com esta operação.

A intervenção foi um sucesso e o tempo permitirá a Patrick recuperar o controlo dos músculos faciais e, desse modo, as expressões e a fala.

Durante o resto da sua vida tomará fármacos que evitarão que o novo rosto seja rejeitado pelo organismo.

O balanço da intervenção e o testemunho deste bombeiro são feitos 96 dias depois desta operação que mudou a vida a um homem que evitou a tragédia em tantas outras.

Veja o vídeo.

O transplante a Patrick Hardison superou um outro realizado em 2012. Na altura, foi também o maior transplante de rosto alguma vez feito. Richard Norris, de 37 anos, alvejado na face em 1997, recuperou a cara perdida, 15 anos depois, graças a uma intervenção cirúrgica realizada na University de Maryland, nos EUA.

Trata-se de um transplante facial que demorou 36 horas, ao longo das quais os médicos University de Maryland reconstruíram tecidos do rosto, couro cabeludo, nariz, mandíbula, dentes, língua e o maxilar de Richard Norris, um homem que perdeu a cara há 15 anos.

Foi uma intervenção muito complicada, que não se resumiu à vertente estética, já que Richard Lee Norris perdera parte da língua, o olfato, dentes, além de que o mau funcionamento da mandíbula e do maxilar provocavam grandes restrições em tarefas quotidianas, desde a fala à alimentação.

Esse novo rosto é um regresso ao passado na história de vida deste norte-americano, que perdeu a face em virtude de um disparo brutal na cara, no ano de 1997. Norris – que acidentalmente disparou contra si próprio – perdeu parte dos lábios, o nariz, dentes, sendo que os movimentos da boca ficaram muito limitados. A sua cara ficou desfigurada.

Desde então, foi submetido a diversas intervenções cirúrgicas de reconstituição, mas nenhuma delas tão completa como esta que foi levada a cabo pelos médicos University de Maryland.

Depois de muitos fracassos na tentativa de recuperar o rosto e voltar a ser quem era, Richard Lee Norris procurou este centro da University de Maryland, em 2005. O resultado foi um verdadeiro milagre.

Norris consegue cheirar, sente a face, está a readquirir movimentos e voltou a barbear-se. Está em fase de recuperação e esse processo será lento, tal como o de Patrick Hardison.

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