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Tragédia do Meco: Procurador ameaçado pelas famílias com queixa-crime

mecoOs familiares das vítimas da tragédia do Meco fizeram um ultimato ao procurador Moreira da Silva: ou disponibiliza a totalidade do processo ou incorre em obstrução à justiça, levando as famílias a apresentar uma queixa-crime. O procurador tem 48 horas para responder.

O processo da tragédia do Meco foi arquivado, mas o que está disponível, segundo os familiares das vítimas, não é o suficiente e nem sequer está organizado.

Cansados do que consideram ser uma obstrução à justiça, os familiares deixaram uma ameaça ao procurador responsável pelo processo, Moreira da Silva: ou disponibiliza a totalidade da informação, ou as famílias avançam para uma queixa-crime.

O ultimato tem um prazo de 48 horas.

“Parece que o processo tem um dono e não tem”, criticou o advogado que representa os familiares, citado pela TVI.

“O processo é público, é do Estado português, portanto há princípios e regras processuais que têm que se cumprir. O procurador não pode agir como se o processo lhe pertencesse. Tem de ser dada a possibilidade às famílias de saberem tudo, não só aquilo que interesse”, reforçou.

No processo faltam, alegadamente, centenas de páginas, como as referentes às perícias feitas aos telemóveis e computadores das vítimas. Sem essa informação, segundo os familiares, é impossível saber a quem ligou o único sobrevivente do Meco, João Gouveia.

“Sabemos de mensagens que confirmam que foi um fim de semana de praxe. Sabemos que houve uma chamada do próprio no sábado à tarde. Seria muito interessante saber para quem foi e não sabemos”, salientou a mãe de Pedro Negrão, uma das vítimas dessa noite.

“Essa informação está nos anexos que não foram facultados”, acrescentou Fátima Negrão: “acho inaceitável que o telemóvel do meu filho e o meu computador não tenham sido devolvidos. O processo foi encerrado, entreguem aos pais”.

Para o advogado Vítor Parente, “o problema é que têm andado a parodiar as famílias”: “quando nos dirigimos ao tribunal para levantar o processo, este nunca é entregue. Fui lá tentar ver os cd e, para minha estupefação, os cd não estavam disponíveis para consulta”.

As queixas não se ficam pelo que não consta: o causídico aponta os “indícios” de desorganização da informação disponibilizada: “não existe qualquer ordem lógica na numeração das páginas e depois existem diversas páginas que saltam. É evidente que levanta alguma suspeição. Há indícios claros de que isto não é por acaso”.

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