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Trabalhadores vigiam bens da Cerâmica de Valadares

Os trabalhadores da Cerâmica Valadares vão reunir amanhã em plenário, mas até lá montaram um piquete à porta da empresa para evitar que as máquinas ou as matérias-primas ‘desapareçam’ durante a noite. Em causa estão dois ordenados em atraso.

Os trabalhadores da Cerâmica de Valadares reúnem amanhã em plenário, a partir das 08h00, para decidir a resposta a dar à administração no caso dos salários em atraso. A empresa propôs pagar de forma faseada, garantindo o pagamento do mês de dezembro até sexta-feira e o restante até ao dia 17 de fevereiro, mas os funcionários fartaram-se de promessas não cumpridas e desde manhã cedo que montaram uma concentração à porta das instalações fabris.

A Cerâmica de Valadares, uma empresa centenária, emprega mais de 400 pessoas. A grande maioria respondeu à concentração, exigindo o pagamento dos salários de dezembro e de janeiro. Como ‘penhor’ ficaram os carros de alguns dos dirigentes da empresa que se encontravam dentro das instalações. “Se a administração quiser sair que saia a pé”, respondeu um dos trabalhadores.

O principal motivo do piquete desta noite – que deve ser reforçado com um pequeno contingente de trabalhadores de cerâmicas de Coimbra, que manifestaram a intenção de apoiar os colegas – é assegurar “o impedimento da entrada e saída de camiões” com mercadorias ou equipamentos. “Temos tendas e alimentação garantidas. Esta tomada de posição é para manter até que a empresa pague os salários em atraso”, realçou Augusto Nunes, dirigente da Federação dos Sindicatos Cerâmicos.

Esta não é a primeira vez que a Cerâmica de Valadares suspende a produção. Em dezembro do ano passado, a falta de liquidez para pagar o gás obrigou a uma paralisação numa altura em que a empresa devia os salários de novembro e dezembro e o subsídio de Natal. “A empresa era certinha. O patrão tem que se decidir: temos encomenda e o dinheiro entra”, afiançou uma funcionária, revelando acreditar que a empresa não salda as dívidas porque “a Banca e o Governo não emprestam dinheiro”.

Raul Almeida, da Comissão de Trabalhadores, admitiu que a situação está a ficar “insustentável”, com funcionários a atingir “um ponto de rutura” e a optarem pela requisição do fundo de desemprego. Alguns dos que ficam, assegurou Raul Almeida, mal conseguem “manter as refeições à mesa”.

“Muitos colegas têm recebido cartas do tribunal para penhora de bens. São pessoas que nunca tinham faltado a um pagamento e que agora não conseguem suportar as despesas. Há situações de famílias desesperadas, inclusive com fome”, complementou.

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