Cultura

Trabalhadores da Infraestruturas de Portugal manifestaram-se por aumentos salariais

Uma centena de trabalhadores e dirigentes sindicais da Infraestruturas de Portugal (IP) manifestaram-se hoje, em Lisboa, para exigirem o aumento dos salários congelados desde 2009 e para pedirem ao Governo que apresente uma proposta que desbloqueie as negociações.

Os trabalhadores da IP, empresa pública que resulta da fusão da Estradas de Portugal e da Refer, têm marcada uma greve parcial para quinta-feira (de uma hora por turno) e uma de 24 horas na sexta-feira.

“Estes trabalhadores não veem o seu salário valorizado desde 2009 e consideramos que, além do que foi o descongelamento e a retirada até de salários dos trabalhadores, é urgente haver um sinal claro do Governo para que apresente uma proposta concreta que possamos aceitar para a valorização dos salários dos trabalhadores”, disse hoje à agência Lusa o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), Abílio Carvalho.

Os trabalhadores, que esta manhã iniciaram a marcha na Praça do Saldanha, percorreram a Avenida da República até se concentrarem em frente ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, gritavam palavras de ordem, tais como, “É justo e necessário o aumento do salário!” ou “Negociação com imposição não!”.

Uma comissão sindical esteve na segunda-feira e mantém-se hoje reunida em Lisboa com representantes do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e do Ministério das Finanças, após uma tentativa de acordo falhado com o Governo e a administração da empresa, e que envolve nomeadamente aumentos salariais, adiantou fonte sindical.

“Estamos à espera de uma proposta que possamos aceitar para a valorização salarial dos trabalhadores, para que depois o processo negocial possa decorrer, como estamos a fazer com a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)”, explicou à Lusa o Abílio Carvalho.

Segundo o sindicalista, na reunião de negociação na segunda-feira não saiu “nada de concreto” que permitisse à comissão sindical “ponderar ou considerar”.

“Nós o que exigimos é que esta reunião, ao contrário do que existiu há algum tempo, seja séria e que hajam dados concretos” para os sindicalistas possa apresentá-los aos trabalhadores, pois a reivindicações “são justas”.

Em declarações à Lusa, João Batista, trabalhador há 17 anos na empresa, vindo da antiga Estradas de Portugal, lamentou o facto de a fusão que deu origem à IP ter sido “muito mal feita”, lembrando que foi “uma fusão que foi uma confusão”.

A fusão, realçou, trouxe “grandes diferenças salariais e grandes diferenças de condições de trabalho” que os trabalhadores querem também que sejam corrigidas no novo ACT igual para todos que incluirá os trabalhadores das estradas das IP participadas e Refer.

“O aumento de salários é justo, se olharmos para a inflação temos uma perda de salário entre 15 por cento a 20 por cento”, explicou à Lusa o trabalhador, lamentando que o novo ACT tenha vindo a ser “empurrado com a barriga” para a frente.

Na quinta-feira, o pré-aviso de greve prevê uma hora no seu turno de trabalho, a uma hora fixa – entre as 00:00 e a 01:00, entre as 08:00 e as 09:00 e entre as 16:00 e as 17:00 e depois uma greve de 24 horas na sexta-feira.

Os trabalhadores da IP estiveram em greve no dia 02 de abril, depois de uma tentativa de acordo falhado com o Governo e a administração da empresa, que envolve nomeadamente aumentos salariais.

No dia 04 de abril, após uma reunião da Comissão de Trabalhadores e sindicatos, os representantes dos trabalhadores anunciaram que dariam 15 dias à administração da IP e ao Governo para criarem condições para um acordo que vá ao encontro das pretensões dos trabalhadores e “lamentam que a postura pouco séria” da administração e Governo tenha obrigado os trabalhadores a mais um esforço na defesa das suas reivindicações, em particular, da exigência do aumento intercalar dos salários que são os mesmos desde 2009″.

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