Apreensão é a palavra de ordem no íntimo dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo após reunião de hoje. O projeto de reprivatização dos estaleiros vianenses, anunciado pelo Governo, é visto com alguma desconfiança e, por isso, a comissão de trabalhadores fez saber ao ministro da Defesa que há encomendas e projetos em carteira que podem vir a garantir a manutenção dos actuais postos de trabalho.
A Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo manifestou, esta segunda-feira, “enormes reservas” ao processo de reprivatização de “até 100 por cento” da empresa, admitindo, porém, que o Governo garante que vai tentar salvaguardar os postos de trabalho.
“Pomos enormes reservas, nós gostávamos de ver todas as parcerias possíveis, mas o Estado é detentor de um património nacional”, disse António Barbosa, da Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros de Viana, no final de uma reunião que se prolongou por mais de hora e meia com o ministro da Defesa, Aguiar-Branco.
Apesar da garantia de Aguiar-Branco de que “o Estado com esta situação irá garantir que sejam salvaguardados os postos de trabalho existentes dentro das possibilidades”, António Barbosa assumiu que a Comissão de Trabalhadores não está satisfeita com a solução encontrada com o Governo, embora Aguiar-Branco tenha demonstrado “com muita seriedade que está a trabalhar, está a fazer todos os possíveis”.
“Gostávamos de ver que todo o estaleiro ficasse nas mãos do Estado”, insistiu o porta-voz da Comissão de Trabalhadores, admitindo que se trata de “um sentimento muito próprio dos portugueses” que quando veem o seu “cantinho” a ir para mãos estrangeiras sentem “apreensão”.
