A multa recorde de 55 milhões de euros, por fraude contabilística, deixou a Toshiba em péssimos lençóis. Sem poder financiar-se nos mercados, a empresa teve de pedir um empréstimo de 2280 milhões de euros para pagar a multa, continuar com a reestruturação e despedir funcionários.
As sequelas do escândalo ainda não atingiram o limite, apesar da tecnológica japonesa já ter despedido 10 mil funcionários.
O principal problema da Toshiba foi o ‘pequeno exagero’ nas contas: entre 2007 e 2014, a empresa sobrestimou as receitas em 224.800 milhões de ienes (1680 milhões de euros) e inflacionou o resultado operacional em 155.200 milhões de ienes (1160 milhões de euros).
Depois de descoberto o escândalo, as autoridades aplicaram uma multa recorde: 7370 milhões de ienes, cerca de 55 milhões de euros.
Para conseguir pagar a multa e continuar com o processo de reestruturação, a tecnológica já tinha recorrido a um crédito de 400.000 milhões de ienes (3040 milhões de euros), graças a um consórcio bancário, pois os títulos na bolsa estão “em alerta”, o que significa (na prática) que a Toshiba não consegue financiar-se nos mercados.
Agora, a agência Kyodo revela que a empresa teve de pedir um novo empréstimo, no valor de 2280 milhões de euros, concedido pelas financeiras japonesas Mizuho Bank e Sumitomo Mitsui.
As estimativas apontam para que a Toshiba apresente perdas recorde de 550.000 milhões de ienes (4198 milhões de euros) no exercício em curso, provocadas na maioria pelos custos do processo de reestruturação, que já levou ao despedimento de cerca de 3200 funcionários.
A estes vão juntar-se em breve, segundo os planos da tecnológica, mais 6800 trabalhadores.
A reestruturação tem por finalidade focar a atividade do grupo nas unidades de produção de chips e energia nuclear.
A fraude contabilística, descoberta em fevereiro deste ano, tornou-se num dos maiores escândalos financeiros no Japão nos últimos anos.