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‘Tortilla’ para o Guinness deixa autarquia com dívida de 50 mil euros

A autarquia de Vitoria, em Espanha, tentou cozinhar o recorde da maior ‘tortilla’ de batata do mundo, mas o Guinness não aceitou o formato “tipo puzzle”. Mais de meio ano depois, a Capital da Gastronomia reclama uma dívida de 50 mil euros. A Câmara diz que não tem pagar depois de ter dado 45 mil euros a um chef.

Vitoria-Gasteiz, na região de Bilbao, queria ficar para a História como a cidade da maior ‘tortilla’ de batata do mundo. Mas os responsáveis do livro de recordes do Guinness recusaram-se a validar o evento, o que deu origem a um escândalo que mistura gastronomia, turismo, política e dinheiro: muito dinheiro.

A Capital Espanhola da Gastronomia (uma entidade formada pela Federação Espanhola de Hotelaria e Federação Espanhola de Jornalistas e Escritores de Turismo para promover o ‘turismo gastronómico’) reclama que a autarquia não pagou os 50 mil euros inerentes à organização do evento, realizado em agosto do ano passado, durante as festas locais.

Mas a Câmara tem repetido, desde dezembro de 2014, que não vai pagar. Para o presidente, Javier Maroto (eleito pelo Partido Popular), a autarquia não tem que pagar porque “o Guinness não validou o recorde”.

De acordo com o Norte Exprés, os peritos do famoso livro chumbaram o modelo escolhido para cozinhar a ‘tortilla’, nomeadamente “as porções pré-confeccionadas tipo puzzle”.

Sem recorde, não há notoriedade internacional para Vitoria, pelo que a autarquia nada deve à Capital da Gastronomia, insistiu ainda o presidente Maroto.

O problema, como se não bastasse a dívida reclamada, é que a mesma Câmara de Vitoria já tinha efetuado um pagamento de 45 mil euros relativo ao evento, que apenas um beneficiário: o chef Senén González, responsável pela confecção da (quase) maior ‘tortilla’ de batata do mundo.

“Só a tentativa de alcançar o recorde foi um ato muito positivo para a cidade, com uma importante cidadã e uma promoção e repercussão mediáticas muito importantes”, declarou o mesmo Javier Maroto, em resposta às críticas da oposição por pagar ao chef e não pagar à Capital da Gastronomia.

O caso vai parar aos tribunais, garante esta última entidade, mas o presidente da Câmara não desarma.

“O ‘ayuntamiento’ firmou um contrato de patrocínio com o cozinheiro Senén González, no qual o chef se comprometia a realizar ‘uma tentativa de recorde do Guinness’, pressuposto que se atingiu e que significou um importante retorno para a cidade de Vitoria-Gasteiz”, insistiu Javier Maroto, em declarações recentes ao Publico.

Ao El Pais, um dos principais elementos da oposição, Antxon Belakortu (EH Bildu), criticou “a enorme mentira” do evento: “Tudo o que o PP queria era aparecer na [estação televisiva] Tele 5. Não precisava de fazer este circo nem de dar 45 mil euros a um cozinheiro em concreto”.

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