O papel que vai para o lixo pode servir para pagar 203 mil litros de leite ou 142 mil latas de atum. Na iniciativa “Papel por Alimentos”, as mais de 5000 toneladas de papel recolhidas e recicladas valeram a oferta de alimentos, no valor de 500 mil euros, para o Banco Alimentar.
A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares (BA) divulgou ontem, em comunicado, os números da campanha “Papel por Alimentos”. O papel recolhido para posterior reciclagem, mais de 5000 toneladas, foi convertido em 203 mil litros de leite, 143 mil latas de salsichas, 142 mil latas de atum, 54 mil litros de óleo e 16 mil litros de azeite.
Ao todo, os alimentos angariados durante a iniciativa têm um valor de mercado superior a 400 mil euros. Por cada tonelada de papel recolhida, a Quima (uma empresa de recuperação de desperdícios) entregue ao BA o equivalente a 100 euros em alimentos de diversa natureza, os quais abastecem as instituições que diariamente recorrem aos bancos alimentares.
“O sucesso desta campanha mede-se pela sua grande capacidade de mostrar que um produto que parece não ter qualquer valor, e que vai quase sempre para o lixo depois de utilizado, pode ser convertido em alimentos”, explicou a presidente do BA, Isabel Jonet, na nota em que apresenta os dados da campanha.
Além de sensibilizar para os problemas de quem enfrenta a fome, a campanha “Papel por Alimentos” tem “uma ambição de mudança de mentalidades e atitudes”, rumo a “um ideal mais vasto de sensibilização para a importância do papel de cada pessoa na sociedade e para a possibilidade de recuperar e reutilizar coisas que parecem não ter valor”, como realçou a dirigente, no mesmo comunicado.
A iniciativa contempla também a produção de toalhetes de refeição que ajudam a divulgar a mensagem solidária, apelado à doação e entrega para reciclagem de bens que aparentem já não ter valor, como o papel. Estes toalhetes foram distribuídos, entre outros locais, por cantinas de universidades e de escolas.
Citando o comunicado, o BA apoia diariamente 2221 instituições de solidariedade social em território nacional, as quais apoiam 378 mil pessoas.