Paulo Gonçalves aborda a sua participação no próximo Rali Dakar com bastante cautela, considerando que a estratégia vai ser muito importante, sobretudo na abordagem dos primeiros dias de prova.
O piloto português da Honda que tem tido uma agenda bastante preenchida desde que se tornou campeão do Mundo de Todo-o-terreno nas duas rodas, preparou com muito cuidado a sua participação na prova ‘rainha’ da modalidade, pensando nas exigências de um percurso muito variado.
“Fiz preparação de diversas formas. Físico, condução e navegação. Para além de ginásio, andei muito de bicicleta, corri a pé e nadei. Tudo procurando resistência com a dose certa de intensidade, simulando as condições que vou encontrar na América do Sul”, explica.
Gonçalves, já com 34 anos, sabe que para além de uma boa preparação física, tem de estar ao seu melhor nível em termos de reflexos e rapidez, apesar da sua grande experiência em provas de todo-o-terreno e motocross.
“Depois do título mundial já fui a Marrocos fazer treino específico de navegação, que é um capítulo onde se decidem muitas corridas. É ir com GPS para o deserto e simular problemas de navegação e tentar resolvê-los. Evoluí bastante neste capítulo, pois este ano só uma vez cometi um grande erro, na Argentina” refere o piloto de Esposende.
No Dakar Paulo Gonçalves integra a estrutura oficial da Honda, dividida por duas equipas, uma com o piloto português e Joan Barreda Bort e outra com Hélder Rodrigues, Sam Sunderland e Javier Pozzolito. Mas como é compreensível, Gonçalves e Rodrigues poderão ser auxiliados por alguém da outra equipa se tal for necessário.
“Os primeiros dias vão ser decisivos para a Honda definir estratégias. Terá tudo a ver com a posição que cada piloto ocupar, embora acredite que nos vamos auxiliar mutuamente, colocando o interesse da marca acima de tudo. Fazer tudo para que seja uma Honda a ganhar a competição de motos no Dakar”, defende ‘Speedy’ Gonçalves.