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“Toda a gente sabe o que se deve fazer. Mas está tudo na mesma na seca, fogos e inundações”

“Sabe-se tudo e não se executa”, lamenta Ferreira Leite

O país está alagado com a sequência de chuva que tem caído nas últimas semanas e somam-se prejuízos e perdas humanas, como recentemente um taxista que foi arrastado pelas águas. A capital portuguesa tem sido uma das zonas mais fustigadas pelo mau tempo e Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças, sai a público para lamentar que não faltem especialistas a falar sobre tudo e depois, no terreno, as coisas se compliquem para as populações.

“Eu acho que nós somos um povo fantástico e os governos também. Sabemos tudo sobre tudo, quando acontece qualquer coisa não há especialista que não diga quais as causas, quais as soluções, quais as propostas. Temos uma capacidade enorme para propor soluções e temos uma total incapacidade para executar seja o que for”, atirou a antiga governante.

Em declarações na CNN Portugal, Ferreira Leite lembra que agora está na ordem do dia a questão das inundações, mas nota que idêntico cenário de caos se verifica no país no verão com os fogos florestais.

“Toda a gente sabe o que fazer”

“Passa-se isto quando há os fogos e durante 15 dias não se fala em outra coisa”, refere Manuela Ferreira Leite, sustentando que também nessas ocasiões “toda a gente sabe o que se deve fazer mas no ano seguinte está tudo exatamente na mesma e não se fez nada”.

“Agora há inundações, noutras alturas há seca. Portanto, seca, fogos e inundações e não fazemos absolutamente nada”, lamentou a antiga ministra das Finanças e ex-líder do PSD, referindo que as populações estão a lidar com o problema das cheias e já se falam em responsabilidades políticas.

“E esse é que é o ponto grave. E agora estamos a entrar na fase de saber exatamente as causas, as consequências, o que há a fazer, já estamos a falar das responsabilidades políticas que também não tinham entrado na conversa”, disse Manuela Ferreira Leite.

Por outro lado, a antiga ministra das Finanças não descarta culpas ao povo pela forma como aceita o comportamento político.

“Há responsabilidade de um povo que aceita que os governantes se limitem a fazer anúncios e não executem nada”, avisou Manuela Ferreira Leite.

“Quando há os fogos é surpresa e não se sabe exatamente o que é que se faz. Sabe-se tudo e não se executa”, concluiu.

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