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Teodora Cardoso pede política orçamental voltada para o futuro

Teodora Cardoso, economista e presidente do Conselho das Finanças Públicas, defende uma revolução na Administração Pública, bem como uma “política orçamental voltada para o futuro”. Numa conferência em Lisboa, Teodora Cardoso considerou que as privatizações não funcionam se servirem para cobrir défices.

Nesta conferência, levada a cabo pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal e pela Faculdade de Direito de Lisboa, a economista Teodora Cardoso defendeu uma “revolução na Administração Pública”.

“Temos de ter uma administração pública muito diferente da que temos: mais qualificada, com mais responsabilidades de gestão e com capacidade estratégica. Isto é uma revolução”, argumentou a economista Teodora Cardoso, na conferência ‘O processo de privatizações em curso: riscos e desafios’.

Segundo entende a economista, uma administração pública capaz é fundamental não só para o setor público, mas também para o privado: “É necessário que a administração pública e a política orçamental funcionem, para bem do próprio setor privado”.

Teodora Cardoso entende que as privatizações não serão solução, se esta mudança de paradigma não for aplicada em Portugal. As privatizações não resultam, se servirem apenas para tapar buracos orçamentais.

“Quando o orçamento não chega, gasta-se mais e de uma maneira ou de outra isso há-de ser pago. Se as empresas públicas forem privatizadas, mas mantiverem este sistema não se ganha absolutamente nada”, disse ainda Teodora Cardoso.

As privatizações realizadas em Portugal entre os anos de 1995 e 2000 não funcionaram, segundo Teodora Cardoso, em virtude de uma “miopia da política orçamental”, que levou a que esses processos se baseassem no orçamento do ano em questão e não do futuro do país.

Teodora Cardoso lembrou que as privatizações aumentaram despesa e não reduziram dívida. A moeda única também não deu uma ajuda, já que obrigou a um ajustamento da política económica e cambial, processo que demorou algum tempo.

A economista alertou ainda para a necessidade de uma política orçamental que não olhe apenas para o curto prazo. “A política económica tem de concentrar-se em promover a melhor afetação de recursos na economia e procurar soluções para que o crescimento não venha da dívida”, referiu.

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