Agora até se pode queixar do frio, mas em dezembro não. Os dados mostram que, nos últimos 84 anos, só por uma vez o último mês do ano foi mais quente: aconteceu em 1989. Segundo a meteorologista Vanda Pires, a temperatura máxima chegou a bater o valor mais alto desde 1931.

O provérbio ‘Em dezembro, treme de frio cada membro’ não fez muito sentido em 2015: foi o segundo mais quente nos últimos 84 anos.

Feitas as contas, a temperatura máxima registada “foi a mais alta desde 1931 e teve um desvio em relação ao que é normal de mais dois graus”, como explicou Vanda Pires, meteorologista do Departamento de Climatologia do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em declarações à agência Lusa.

Dezembro de 2015 “teve uma temperatura média de 11,8 graus, que é cerca de 1,8 graus acima do valor médio”, complementou.

Desde 1931 que o último mês do ano não tinha um pico tão quente, reforçou Vanda Pires, adiantando que a temperatura máxima em 2015 “foi a mais alta desde 1931 e teve um desvio em relação ao que é normal de mais dois graus”.

Se temperatura máxima foi a mais alta desde 1931, a temperatura média foi a mais alta desde 1989.

“Em termos de temperatura média, dezembro de 2015 é o segundo mais quente desde 1931. Teve uma temperatura média de 11,8 graus, que é cerca de 1,8 graus acima do valor médio. A temperatura máxima foi a mais alta desde 1931 e teve um desvio em relação ao que é normal de mais dois graus”, salientou a meteorologista.

Para além de quente, dezembro de 2015 fica também na história como seco.

“Em termos da precipitação, o mês de dezembro foi inferior ao normal. Foi o sexto mais seco desde 1931 e o quarto mais seco dos últimos 15 anos”, acrescentou Vanda Pires, revelando que em dezembro do ano passado foram registados 599,6 milímetros de pluviosidade, quando o valor normal seria de 882 milímetros.

“Temos uma grande variação entre anos muito secos e anos muito chuvosos”, adiantou a meteorologista: “Por exemplo, em 2014 tivemos um valor de precipitação acima do normal. É uma situação que faz parte da variabilidade do nosso clima”.