Estela Meléndez esperou até aos 110 anos (ou 92, oficialmente) para saber que carrega, há pelo menos seis décadas, os restos calcificados de um feto que chegou às 30 semanas de gestação. Um ‘bebé’ que só foi descoberto porque a idosa caiu e magoou o cotovelo.
Estela Meléndez, uma chilena de 110 anos que a nível oficial só tem 92 (foi registada quando já tinha 17 anos), está ‘grávida’ há mais de 60 anos.
A inusitada descoberta só aconteceu porque a idosa, que vive numa casa modesta junto à costa de Santo António, caiu e foi transportada para o hospital, queixando-se de dores num cotovelo.
Só que os médicos estranharam a protuberância na barriga, que a mulher recordou ter há mais de seis décadas.
São os restos, calcificados, de um feto que terá atingido as 30 semanas de gestação.
“Quando um idoso sofre uma queda, pedimos uma radiografia de quadril para descartar fraturas de pélvis. E no raio-X havia uma imagem própria de uma coluna vertebral de um feto”, precisou o diretor do Serviço de Saúde da região de Valparaíso, Dagoberto Duarte, citado pela BBC.
Os exames comprovaram que um bebé foi crescendo no exterior do útero, pelo que o desenvolvimento terá sido interrompido por volta das 30 semanas. Sem irrigação de sangue, os tecidos foram ficando dissecados e o feto acabou por calcificar.
Estela Meléndez recorda-se que tem carregado a protuberância há mais de 60 anos: afinal, são mais dois quilos de peso, o que lhe provocou vários problemas ao nível da saúde.
Já os familiares, numa entrevista ao jornal Líder San Antonio, acusaram os médicos de um hospital e de uma clínica (onde também fez exames) de negligência.
Foi por volta dos anos 80 que a mulher, sentindo-se mal, foi submetida a uma raspagem, porque juntamente com o feto estava a desenvolver-se um cancro. Mas, para a família, a raspagem para a retirada do feto foi mal efetuado, “se” é que foi efetuada.
Curiosamente, trata-se do mesmo hospital onde agora foi descoberto o ‘bebé’ calcificado.
Devido à idade avançada, Estela Meléndez não pode ser operada. Os médicos estudam agora como podem aliviar a idosa do peso do feto com mais de 60 anos.
