Economia

Táxis: Profissionais paralisados em Faro seguem apelo para continuar protesto

Os taxistas algarvios em protesto na Estrada Nacional 125/10, junto ao aeroporto de Faro, vão permanecer indeterminadamente no local enquanto não conseguirem que o Tribunal Constitucional (TC) aprecie a nova legislação das plataformas eletrónicas de transporte, disse um representante.

O presidente da cooperativa Rotáxis de Faro, Francisco José Pereira, disse à agência Lusa que os profissionais do setor que hoje se concentraram no acesso ao aeroporto da capital algarvia “vão permanecer solidários com os colegas” de Lisboa e do Porto e vão também “continuar com o protesto” pela noite dentro.

“Sim, vamos manter a paralisação até haver instruções em contrário, vamos continuar solidários com Lisboa e manter a paralisação”, garantiu este porta-voz dos taxistas algarvios, referindo-se ao apelo feito pelas duas entidades representativas do setor do táxi, após se terem reunido com os grupos parlamentares, para manter indefinidamente o protesto enquanto não for apreciada a legislação que vai regular as plataformas eletrónicas.

A mesma fonte explicou que vai manter-se a configuração do protesto, com os profissionais a ocuparem as duas faixas da Estrada Nacional 125 que desembocam na rotunda do aeroporto de Faro e o trânsito a ser feito por uma única faixa que faz o mesmo percurso, pela direita, garantindo que o trânsito regular consiga aceder à infraestrutura aeroportuária, mas também à praia de Faro.

“Vai ficar tudo exatamente na mesma, vai ficar tudo igual até que haja alguma luz ao fundo do túnel”, afirmou, congratulando-se por a manifestação em Faro ter “atingido 279 carros em determinada altura” e ter sido “uma paralisação com um número bastante elevado, face ao universo da frota do Algarve”, que é composta por 425 táxis.

Esta adesão demonstra, frisou, que “há alguma preocupação e desencanto do setor no Algarve” pela forma como as plataformas eletrónicas estão a operar, com veículos seus a afluírem à região nos meses de verão e de maior afluxo turístico, retirando negócio ao setor do táxi e causando prejuízos cifrados “em 30 por cento” nos meses de junho, julho e agosto.

“Neste momento, o ânimo é de cansaço, mas há vontade de resistir, embora com alguma frustração por os políticos não arranjarem uma solução de equilíbrio para as partes. Queremos que seja agora, o timing não é coincidente, mas temos que resistir e vamos ver como as coisas se desenrolam”, disse ainda Francisco José Pereira.

As duas entidades representativas do setor do táxi apelaram hoje para que os profissionais se mantenham em protesto nas ruas, depois de terem estado reunidas com os grupos parlamentares.

Após os encontros no parlamento, já nos Restauradores, local do início do protesto em Lisboa, o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, disse que tanto esta entidade como a Federação Portuguesa do Táxi entendem que o protesto deve continuar.

Os taxistas estão concentrados nas três cidades, com as viaturas paradas nas ruas, para tentar impedir a entrada em vigor, em 01 de novembro, da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros em veículos descaracterizados.

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