Fórmula 1

Táticas da Mercedes no Grande Prémio de Itália dão que falar

Dois dias depois do Grande Prémio de Itália de Fórmula 1 a prova ainda dá que falar, estando em causa as táticas utilizadas pela Mercedes para garantir que Lewis Hamilton ganhasse a corrida.

Aliás, os muitos ‘tifosi’ presentes em Monza fizeram questão de salientar o seu desagrado durante a cerimónia do pódio da prova italiana, e alguns não se coibiram mesmo de ecoar slogans e gestos menos próprios.

Maurizio Arrivabene lamentou a atitude da equipa campeã do Mundo, mas Luca di Montezemolo considerou normal as táticas da Mercedes, que na altura em que Valtteri Bottas ficou na liderança da corrida – aquando das obrigatórias paragens nas boxes – procurou reter atrás de si Kimi Raikkonen, de modo a que ‘Ice Man’ perdesse tempo para Lewis Hamilton.

O antigo presidente da Ferrari – entre 1991 e 2014 – lembrou que no passado a Ferrari já fez o mesmo, e disse à BBC que Hamilton “é um campeão fantástico” e “sempre foi muito correto”, tendo realizado “uma corrida fantástica”. Di Montezemolo considerou que o que sucedeu com a ‘Scuderia’ de Maranello foi “muito mau”, e mostrou-se “chateado” com o desfecho. Isto para além de criticar os fãs da Ferrari por se manifestarem desagradados com o facto da Mercedes ter usado Bottas para atrasar Raikkonen, lembrando-lhes que a Ferrari já teve táticas semelhantes.

“Ganhamos alguns campeonatos desta forma quando eu era presidente, como Kimi e Felipe Massa, com Rubens Barrichello e Michael Schumacher, com Michael e Eddie Irvine. Isso faz parte da história e Bottas não fez nada de mal. Fez a sua corrida. Quando ouvi alguém criticar… é normal. Na vida é difícil vencer, mas é difícil aceitar quando não se vence. Não gostei do vi no público. A Mercedes fez o seu trabalho. Se estivesse à frente da Ferrari, nas mesmas condições que estava a Mercedes teria feito exatamente o mesmo. Por isso ponto final”, reiterou Luca di Montezemolo.

Sobre o sucedido, Valtteri Bottas explicou o que sucedeu antes de fazer o seu ‘pit-stop: “Disseram-me para atrasar Kimi. Fiquei contente por ficar em pista, já que sabia que depois teria a possibilidade de atacar Max Verstappen no final da prova. Dispus-me a cooperar já que fazia sentido. Somos uma equipa e é preciso ser realista; queremos ganhar os dois títulos (de pilotos e construtores)”.

Já Toto Wolff, o diretor da equipa Mercedes, recusou assumir que se tratou de uma estratégia para ajudar Lewis Hamiltom, mas antes para auxiliar o próprio Bottas: “Não gosto mesmo de ordens de equipa. Não são boas para o desporto nem para os pilotos. Não havia necessidade. Vamos ver o que sucede em Singapura. Vamos dar o máximo para irmos o mais longe possível”.

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