As mulheres despendem em tarefas domésticas mais do dobro do tempo dos homens. Um inquérito internacional, citado por cá pelo Público, revelou que elas precisam de 21 horas por semana para a lida da casa, enquanto eles se ficam por uma média de oito horas.
O mesmo estudo realça que “os homens marcam presença de forma crescente” na cozinha, a divisão onde se regista um maior equilíbrio.
Porém, ao passar para o resto da casa, ainda se notam diferenças significativas. Ou, como resume o estudo, “a família constitui ainda um palco de desigualdades de género persistentes”.
Recuperemos as médias: a média de 21 horas nas tarefas domésticas significa que as mulheres deixaram de trabalhar cinco horas face ao anterior inquérito, em 2002; porém, os homens, com a média de oito horas por semana, só passaram a trabalhar mais uma hora face aos resultados anteriores.
No caso de Portugal, o inquérito do International Social Survey Programme, feito no ano passado, recolheu as respostas de uma amostra representativa com mais de 18 anos sobre o trabalho, a família e os papéis de género
A confeção de refeições é a tarefa com uma partilha mais equilibrada, sendo dividida por cerca de um em cada quatro casais jovens (em que ambos têm menos de 29 anos de idade).
A lida da roupa é, ao inverso, uma tarefa quase exclusiva das mulheres: em 92 por cento dos casais são elas quem trata disso.
Onde existe um equilíbrio relativo é na forma de encarar a questão: quando questionados se as tarefas domésticas devem ser divididas de forma igualitária, o ‘sim’ foi a resposta escolhida por 74 por cento dos homens e 81,4 por cento das mulheres.
As desigualdades de género também são visíveis no plano laboral. É que, se elas gastam mais tempo nas tarefas domésticas, eles passam mais três horas por semana (39 contra 36) no trabalho.
A recompensa está no salário, pois a média para as mulheres é de 958 euros e os homens recebem 1093 euros.