TAP tem “uma visão colonial” da região Norte, acusa a Câmara do Porto
A Câmara do Porto fez um violento ataque à TAP, acusando a transportadora aérea de ter “uma visão colonial” da região Norte.
Em comunicado, a autarquia liderada por Rui Moreira sustentou que a empresa se está a comportar como “um agente privado da economia”, apesar do Estado ter mais capital (50 por cento) do que o operador privado (45 por cento, com os restantes cinco por cento nas mãos dos trabalhadores).
“O comunicado emitido pela companhia em nada sossegou os operadores económicos e a Câmara do Porto, também porque a companhia indicia ter sobre a cidade e a região servida pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro uma visão colonial e quase exclusivamente turística, quando afirma que irá reunir-se somente com as entidades de turismo regionais”, salientou a Câmara do Porto, em comunicado.
Em causa está o plano de retoma de rotas da TAP, baseado quase em exclusivo no aeroporto de Lisboa.
Destacando a necessidade de setores exportadores (como calçado e têxtil) terem as ligações “eficazes, rápidas e independentes das vontades do mercado” a cidade estratégicas (como Londres, Paris, Amesterdão, Genebra e Milão), a autarquia defendeu que “a visão meramente turística da TAP na relação com o aeroporto do Porto é a prova de que a companhia apenas tinha aumentado a operação no Francisco Sá Carneiro nos últimos anos por razões meramente oportunistas e não por vontade estratégica ou por querer assumir um papel de verdadeira companhia aérea de bandeira”.
Nesse sentido, o “desprezo da TAP” pelo aeroporto do Porto é razão suficiente para que a transportadora tenha qualquer apoio do Estado, uma vez que não se assume como companhia de bandeira.
De acordo com as contas da Câmara do Porto, a TAP prepara-se para reduzir a capacidade de transporte nos voos de e para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, passando da média de 25 000 passageiros por semana (em julho de 2019) para… apenas 1000.