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Syriza versus Europa? Desafios institucionais e de liderança na União Europeia

stuart holland O docente da Universidade de Coimbra, Stuart Holland, ex-assessor de Jacques Delors e António Guterres, estreito colaborador do atual ministro das finanças grego, Yanis Varoufakis, vai realizar, em Coimbra, o seminário ‘Syriza versus Europe? Institutional and Leadership Challenges in the EU’, projetado para ajudar à compreensão dos desafios institucionais e de liderança, atuais e passados, na União Europeia, num total de nove horas, distribuídas pelos próximos dias 7, 14 e 21 de março, entre as 10h00 e as 13h00.

A iniciativa é promovida pela Associação para a Extensão Universitária (APEU) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).

De acordo com Stuart Holland, a liderança europeia “tem sido uma questão chave não só desde a eleição do governo Syriza na Grécia, mas desde a década de 1950 com o projeto europeu do pós-guerra e das suas instituições”.

O projeto federal de Jean Monnet, em que a Comissão Europeia deveria ter um “monopólio de iniciativa” e em que os Estados-Nação poderiam ficar vinculados por “maioria qualificada”, foi desafiado por De Gaulle.

Inovações posteriores aos tratados e instituições europeias, “tais como a primeira revisão do Tratado de Roma com o compromisso de coesão económica e social no Ato Único Europeu de 1986, foram iniciadas pelos governos europeus”.

“A crise da zona euro e a emergência financeira levaram à afirmação da hegemonia alemã, que de facto, tem-se constituído como um fracasso de liderança ao nível europeu e que apenas recentemente tem sido contestada pelo presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker”, diz Stuart Holland.

O seminário “não só irá demonstrar que, desde o início da crise da Zona Euro, a austeridade não conseguiu uma recuperação da economia europeia, mas que a Comissão Barroso falhou inteiramente. Aprendendo a partir do caso criado e endossado por Delors, em que a Europa precisa de alcançar um “New Deal” baseado no que Roosevelt desenvolveu nos EUA em 1930, poderá ser agora possível através de Jean-Claude Juncker tendo em conta a ênfase dada ao investimento como fonte de recuperação para a Europa”, afirma o especialista da Universidade de Coimbra.

A abordagem confederal é uma temática que faz a ligação entre o passado e o presente da Europa, permitindo que os Estados-Membros consigam fazer melhor em conjunto o que não conseguem fazer tão bem individualmente, evitando-se assim o esvaziamento da democracia nacional.

Apesar de se “reconhecer o risco de uma tripla recessão na UE, o seminário irá demonstrar que, tal como alegado por Yanis Varoufakis e Alexis Tsipras, uma recuperação da economia europeia e do emprego poderá ser alcançado dentro das instituições existentes e sem revisões de tratados, garantias nacionais ou transferências fiscais entre os Estados-Membros”, sublinha Stuart Holland.

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