Nas Notícias

Suspensão de alunos por partilha de lanche gera troca de acusações

A suspensão de quatro alunos por terem partilhado o lanche está na origem de uma troca de acusações entre o pai de um dos jovens envolvidos e o Agrupamento de Escolas Escultor Francisco dos Santos, em Rio de Mouro, Sintra.

A polémica rebentou nas redes sociais quando o pai de um dos quatro alunos suspensos partilhou a “medida disciplinar sancionatória” aplicada pela escola.

O texto referia que a suspensão se devia ao “facto de o aluno estar a partilhar lanche com os seus colegas, numa altura em que todos estão informados de que isso coloca em perigo o bem-estar de todos”.

Ao partilhar a nota enviada pela escola, o pai de um desses alunos referiu que o filho estava apenas a partilhar o lanche com um amigo que tinha fome.

O debate instalou-se nas redes sociais, com muitos a defenderem a posição da escola e outros tantos a criticarem a suspensão dos alunos.

No email enviado a esse pai, citado pelo Jornal de Notícias, a diretora do agrupamento, Cristina Frazão, garantiu que a versão que circula nas redes sociais não é correta.

Os quatro alunos terão partilhado o lanche “sem máscara e a dar dentadas na comida uns dos outros”.

“Não se trata de uma generosidade do seu filho em pagar uma sandes ao colega, que surpreendentemente ainda não teria comido nada às 16.30 horas da tarde, mas sim de estarem a dar dentadas no mesmo alimento. Se eu pagar comida alguém, dou-lha. Não implica que essa pessoa abocanhe a comida que está na minha mão. São coisas diferentes”, frisou a responsável.

Nesse email, Cristina Frazão listou as “várias” regras sanitárias que os quatro alunos não cumpriram: o uso obrigatório de máscara, a distância física, a distância quando se come e a mistura de turmas no intervalo.

“Tudo repetidamente e depois de avisados”, reforçou.

A diretora do agrupamento frisou ainda que o aluno em causa, filho do pai que colocou a mensagem a circular nas redes sociais, não convive com os colegas “por ter ficado retido” e procura os “colegas do ano passado, algo que este ano tem que ser rigorosamente evitado, mas que ele já ignorou por diversas vezes e por diversas vezes foi alertado”.

“Também foi já alertado para que quando comesse, sem máscara, claro, deveria afastar-se do grupo, algo que ele repetidamente ignora. Também foram repetidamente avisados os alunos que não podem partilhar comida, como não podem partilhar material”, garantiu a responsável do agrupamento escolar.

Criticando a publicação “cheia de inverdades” feita pelo pai desse aluno, Cristina Frazão salientou que “as regras são claras”.

“Não posso permitir que a estranha versão de generosidade do seu filho, que ainda me há de indicar qual dos quatro estava em jejum, ponha tudo a perder. O cumprimento de simples regras de higiene e distanciamento são o que pedimos à geração do seu filho. O senhor fez hoje passar uma atitude irresponsável e de desrespeito pela escola toda, por um ato heroico”, finalizou a diretora do agrupamento escolar.

Citado pelo JN, o Ministério da Educação afirmou que “está a acompanhar a situação” e esclareceu que “a escola e a família estão em contacto”.

Em destaque

Subir