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Suíços decidem rejeitar o salário mínimo mais elevado do mundo, em referendo

votoEm referendo, os suíços rejeitaram neste domingo um salário mínimo de 3300 euros, que seria o mais elevado do mundo. Os sindicatos defenderam que 22 francos suíços por hora (cerca de 18 euros) era o valor suficiente para um país com elevado custo de vida, mas a população teme que um salário mínimo alto possa provocar desemprego.

Os suíços votaram a introdução de uma medida de salário mínimo único, de um valor que rondaria os 3300 euros – 22 francos suíços por hora, com 42 horas de trabalho semanal.

Esta medida permitiria aos suíços auferir de 3300 euros brutos por mês (mais de quatro mil francos suíços), o que tornaria este salário mínimo no maior do mundo. Mas em referendo a população optou pelo ‘não’.

As razões dessa escolha prendem-se com receios de que o desemprego pudesse subir na Suíça – ainda que a taxa de desemprego esteja em níveis baixíssimo, de 3,2 por cento.

O “não” ganhou na cidade de Genebra (66,2 por cento dos suíços) e também em Bâle (62 por cento), mas foi no cantão de Vaud que se verificou maior tendência para o chumbo daquele salário mínimo: 75 por cento dos eleitores que participaram no referendo não aprovaram a medida.

Para os suíços, um salário mínimo desta dimensão tornaria o trabalho mais precário e iria impedir que as empresas tivessem incentivos à contratação. Os suíços preferem ganhar menos, mas ter o seu posto de trabalho mais seguro.

No entanto, há partidos de esquerda e sindicatos que não têm esta visão e que defendem mesmo um salário mínimo a tocar nos 3300 euros seria justo, para um país com custo de vida muito elevado.

A Suíça iria pagar à hora cerca de 18 euros, muito mais do que os 9,4 euros que os trabalhadores franceses ganham, ou os cinco euros que um trabalhador espanhol aufere e ainda mais do que os 8,3 euros por hora que a Alemanha se prepara para pagar, em 2015, após um acordo entre a CDU de Merkel e o SPD.

Em Portugal, o salário mínimo é bem mais modesto e não ultrapassa os 485 euros, sendo que o Governo discute em sede de concertação a possibilidade de aumentar esse valor. Porém, em tempos de campanha eleitoral, há que desconfiar das ‘esmolas’.

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