Uma adolescente sueca foi resgatada do Estado Islâmico, no Iraque, depois de ter regressado ao ISIS após um primeiro resgate, em outubro, quando estava grávida. Agora, Marilyn Stefanie Nevalainen lamenta a “vida muito difícil” que levou em Mosul.
Num período de quase dois anos, a vida de Marilyn Stefanie Nevalainen deu várias voltas.
Ainda em maio de 2014, a adolescente sueca foi desafiada pelo namorado, Moqtar Mohammed Ahmed (de 19 anos), a viajar para a Síria para se juntarem ao Estado Islâmico. Sem saber o que era o ISIS, ou Daesh, aceitou.
À boleia e por linhas regionais de comboio e autocarro, até porque não tinha passaporte, Marilyn e Moqtar iludiram as autoridades de vários países (como Dinamarca, Alemanha, Hungria e Bulgária), até chegarem a Mosul, um dos bastiões do ISIS no Iraque.
“Depois disso, o Estado Islâmico levou-nos de autocarro, juntamente com outros homens e mulheres, até Mosul, no Iraque, e aí tive a minha casa”, contou a adolescente, que agora tem 15 anos, para uma televisão curda. Já regressamos a este ponto.
Em Mossul, Marilyn começou a perceber que não ia ter uma vida tão paradisíaca como lhe prometera o namorado, com o qual casara em segredo ainda em Estocolmo: “Não tínhamos nada, nem eletricidade, nem água, nada e era uma vida completamente diferente da que tinha na Suécia. Não tinha dinheiro e a vida era muito dura. Quando tive acesso a um telefone, comecei a contactar a minha mãe e a dizer-lhe que queria ir para casa”.
Perante tal apelo, os pais da menina foram procurar ajuda ao terreno. Em outubro, as forças curdas no Iraque conseguiram resgatar Marilyn, que não só estava grávida como estava na iminência de dar à luz.
Se isto ocorreu em outubro de 2015, por que motivo é que só agora a televisão curda transmitiu a entrevista? A resposta é fácil: depois de ‘salva’, Marilyn voltou a fugir, dando à luz um menino – cujo paradeiro é desconhecido – em… Mossul.
Graças aos pais, as forças curdas resgataram novamente a adolescente, que contou toda a história da “vida muito difícil” dos últimos meses na citada entrevista à Kurdistan 24.