O Conselho Militar que dirige o Sudão anunciou hoje a demissão do chefe dos serviços de informações sudaneses, NISS, principal agente de repressão da contestação no país.
Dois dias após a destituição pelos militares do presidente Omar al-Bashir, que esteve três décadas no poder, a situação continua a evoluir continuamente no Sudão.
Na sexta-feira, o Conselho Militar, responsável pela transição, substituiu o seu próprio chefe, uma decisão recebida com satisfação pelos milhares de manifestantes que continuam mobilizados em frente ao quartel-general do exército de Cartum.
Hoje, foi anunciada uma substituição nos serviços de informações. “O chefe do Conselho Militar de transição, Abdel Fattah al-Burhane, aceitou a demissão” de Salah Gosh, chefe do NISS, segundo um comunicado.
Gosh, que ocupou o cargo durante dez anos até 2009 e voltou a chefiar os serviços secretos em 2018, supervisionou nos últimos quatro meses a repressão do movimento de contestação.
A repressão levou à detenção de milhares de manifestantes, dirigentes da oposição e jornalistas.
Na quinta-feira, pouco após ter sido anunciada a destituição de Omar al-Bashir, o NISS anunciou a libertação “de todos os presos políticos no país”.
Os milhares de sudaneses que continuam concentrados em frente ao quartel-general do exército manifestaram na sexta-feira satisfação com o afastamento de Awad Ibn Ouf, próximo de al-Bashir, da chefia do Conselho Militar.
Ibn Ouf foi substituído por Abdel Fattah al-Burhane, inspetor-geral das forças armadas e figura respeitada no seio da instituição militar, mas desconhecido do público.
Nasceu em 1960 em Gandatu, uma aldeia a norte de Cartum, estudou numa escola militar sudanesa e depois no Egito e na Jordânia. O Presidente destituído escolheu-o para o cargo que ocupou até agora em fevereiro.
Apesar destes desenvolvimentos, a multidão continua mobilizada hoje de manhã.
“Esperamos novas indicações da Associação de Profissionais Sudaneses (SPA) para saber se mantemos a concentração tendo em vista conseguir uma resposta para as nossas reivindicações ou se deixamos o local”, explicou um manifestante que passou a noite em frente às instalações militares.
A SPA tem estado na linha da frente da contestação contra o Governo sudanês, que se tem prolongado desde 19 de dezembro.
Na sexta-feira, os generais que ocupam o poder garantiram à comunidade internacional e aos manifestantes que tencionam entregar o poder a um governo civil.
“O papel do Conselho Militar é proteger a segurança e a estabilidade do país”, afirmou Omar Zinelabidine, membro do Conselho Militar, perante diplomatas árabes e africanos.
“Isto não é um golpe militar, mas uma decisão a favor do povo”, acrescentou.
O Conselho Militar disse que Omar al-Bashir, afastado do poder pelos militares na quinta-feira, se encontra detido, mas que não será entregue ao “estrangeiro”, sendo alvo de mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI).
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