Mundo

Sucesso da Suécia contraria políticas de prevenção da covid-19 na Europa

O número de novos casos de infeção por covid-19 tem vindo a subir de forma generalizada na Europa, mas na Suécia, que adotou uma política de combate à doença diferente, o indicador tem vindo a baixar.

A Suécia regista uma média de 22,2 novos casos por cada 100 mil habitantes, abaixo dos 59 do Reino Unido e dos 77 da Bélgica e muito abaixo dos 158,5 de França e 279 de Espanha, de acordo com os números de ontem do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.

A Suécia está também abaixo da vizinhas Noruega e Dinamarca, tendo registado apenas 1,2 por cento de casos positivos nos 120 mil testes realizados entre terça e sexta-feira da semana passada.

De acordo com as autoridades suecas, este sucesso na baixa taxa de infeção comprova que a decisão de impor medidas menos restritivas compensou, numa altura em que vários países europeus admitem estar já perante uma segunda vaga da pandemia.

“Não temos o ressurgimento da doença que muitos países têm tido”, salientou o epidemiologista que tem definido a política sueca de combate à covid-19, Anders Tegnell, em declarações à France-24.

Ao contrário de quase todos os países europeus, a Suécia adotou medidas preventivas muito menos restritivas.

As escolas quase não fecharam: só para maiores de 16 anos e univerdades, entretanto já reabertas. Os ajuntamentos foram limitados a 50 pessoas sem que fosse recomendado o uso de máscara comunitária e cafés, lojas, restaurantes e ginásios permaneceram abertos.

O foco na prevenção incidiu ‘apenas’ nos idosos acima dos 70 anos e nos grupos de riscos, aos quais foi pedido que optassem pelo isolamento.

“No final, veremos quanta diferença fará ter adotado uma estratégia mais sustentável e que pode ser mantida por muito tempo, ao invés da estratégia de bloqueia, abre e bloqueia novamente”, comentou Anders Tegnell.

O epidemiologista garantiu que as medidas tomadas pelas autoridades suecas não foram movidas pela ‘pressa’ de chegar à imunidade de grupo, mas sim salvaguardar que a transmissão do vírus não chegasse a ameaçar os serviços de saúde de rotura.

No entanto, a Suécia falhou em controlar a disseminação da covid-19 nos lares, motivo apontado pelas autoridades para a grande maioria das 5846 mortes provocadas pela pandemia no país.

Em destaque

Subir