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Sri Lanka escolhe Presidente sob a sombra dos atentados da Páscoa

Cerca de 16 milhões de eleitores do Sri Lanka escolhem hoje o Presidente, numas eleições disputadas e decisivas para o futuro de um país que ainda recupera de um violento ataque terrorista.

As autoridades convocaram mais de 60 mil polícias e 8.080 membros da Defesa Civil para proteger, no dia das eleições, os cerca de 21 milhões habitantes da repetição de atos de terrorismo como o que abalou o país em 21 de abril, domingo de Páscoa, provocando 269 mortes e fazendo mais de 400 feridos, numa série de ataques a hotéis e igrejas.

O processo eleitoral será seguido por várias comitivas de observadores internacionais, incluindo uma da União Europeia, que confirmou o envio de uma missão com mais de 80 delegados, liderada pela eurodeputada portuguesa Marisa Matias.

A eleição presidencial, com 35 candidatos, teve uma campanha muito disputada e promete um duelo renhido entre o representante do partido no poder, o ministro da Habitação, Sajith Premadasa, e Gotabaya Rajapaksa, irmão de um antigo Presidente do Sri Lanka.

Gotabaya é um oficial militar aposentado, de 70 anos, que assumiu o comando do Secretariado de Defesa, durante o mandato presidencial do seu irmão mais velho, Mahinda Rajapaksa.

Os dois irmãos representam uma família que é vista por uma parte da população como os heróis que conseguiram terminar a guerra civil de quase três décadas, mas para outra parte, eles são o símbolo da brutalidade de um conflito que fez milhares de mortos e desaparecidos entre a minoria tâmil.

Sajith Premadasa, 52 anos, é filho de Ranasinghe Premadasa, Presidente do Sri Lanka desde 1989 até ser morto em maio de 1993, em Colombo, num atentado suicida.

O candidato da coligação da Nova Frente Democrática (NDF) é visto como o candidato com mais possibilidades para derrotar Gotabaya e o seu nome tornou-se a esperança das minorias muçulmanas e tâmil.

Criado numa família privilegiada, Sajith Premadasa estudou na Universidade de Londres, onde se formou em Economia, Política e Relações Internacionais, para de seguida realizar um Mestrado em Políticas Públicas na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Todos os 35 candidatos (havendo apenas uma mulher entre eles) elegeram o combate ao terrorismo como prioridade dos seus mandatos, cientes do clima de tensão étnica que persiste no país e que se intensificou com os ataques terroristas do domingo de Páscoa.

Mas a campanha assistiu ainda a debates sobre reformas económicas que várias forças políticas apontam como urgentes para resistir ao competitivo mercado asiático.

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