Desporto

Sporting em risco de falhar pagamento de impostos

A crise do Sporting pode sobrar… para os contribuintes. A travagem do empréstimo obrigacionista coloca em causa um financiamento de 15 milhões de euros, parte dos quais serviria para a SAD leonina cumprir as obrigações fiscais.

Bruno de Carvalho tem responsabilizado Jaime Marta Soares pelo “problema” no lançamento da operação financeira, mas a gravidade da situação não se resume às contas do Sporting.

Ainda anteontem à noite, um ex-presidente, Filipe Soares Franco, explicava que seria quase impossível a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários aprovar o empréstimo.

Em Alvalade, o momento é de procurar alternativas ao financiamento, depois de Bruno de Carvalho ter repetidamente alertado para a necessidade urgente de reforçar a tesouraria leonina.

“A tesouraria está afeta à liquidez mais imediata e serve para cumprir com as obrigações de curto prazo perante terceiros”, explicou Paulo Reis Mourão, professor de Economia da Universidade do Minho, em declarações ao Eco.

Faltando o dinheiro aos leões, os primeiros a sofrer serão os funcionários, incluindo os jogadores, e os fornecedores.

No entanto, o agravamento da situação poderá ter consequências para todos os contribuintes.

“Em última análise, serão afetados as entidades bancárias e o próprio Estado, nos impostos devidos no horizonte do momento crítico”, alertou o especialista em finanças desportivas.

Uma fonte do Sporting, citada sem identificação pelo Correio da Manhã, já tinha adiantado que os salários de junho e os pagamentos aos bancos e fornecedores se encontram dependentes do sucesso do empréstimo obrigacionista, ontem travado pelo regulador.

Para evitar o incumprimento, Bruno de Carvalho poderá ter de vender as principais figuras do plantel (nomeadamente, as que não rescindirem) a preço de saldo.

“O mercado de transferências não tem pena dos clubes e vai aproveitar a situação em seu favor. Não me espantaria que em setembro estejamos a concluir que o Sporting perdeu mais de 50 por cento do potencial de transferências previsto em março”, concluiu Paulo Reis Mourão.

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