“Sporting não paga um tostão a um único fornecedor”, acusa Ricciardi
José Maria Ricciardi frisou que o défice de tesouraria do Sporting é mesmo de 120 milhões, um dia depois da Comissão de Fiscalização (CF) ter desmentido um membro que adiantara esse valor.
É preciso recuar ao dia de ontem para se entender a intervenção, hoje, do candidato à liderança do Sporting.
António Paulo Santos, que é membro da CF, avisou (ontem) que o próximo presidente dos leões vai encontrar um défice de tesouraria de 122 milhões de euros.
Só que o membro da CF foi desmentido, horas mais tarde, pelos outros membros da CF.
“As declarações proferidas por Paulo Santos resultam de uma iniciativa individual, que não compromete a CF e que não tendo sido previamente discutida ou comunicada se torna surpreendente”, defendeu este órgão.
A CF continua sem esclarecer qual é o verdadeiro défice de tesouraria do Sporting, mas um dos candidatos às eleições deste sábado, José Maria Ricciardi, deu razão a António Paulo Santos.
Para o banqueiro, o Sporting tem mesmo um défice de tesouraria de 120 milhões de euros.
“O que se passou ontem é muito grave. O doutor António Paulo Santos proferiu declarações sobre a situação financeira do Sporting que são absolutamente verdadeiras”, frisou.
Ricciardi defendeu que, em vez de se perder tempo com o valor exato do défice, impunha-se alertar os sócios para a situação “gravíssima” que os leões enfrentam.
“Se são 120, 115, 118, isso não é o fundamental, as coisas não são estáticas. Houve jogadores que saíram e entraram outros, há aquisições, etc. A situação de tesouraria do Sporting é gravíssima e anda a tentar-se ocultar isto aos sócios, a mentir”, salientou.
No entender do candidato, ao ‘esconder’ a realidade da tesouraria leonina, a Comissão de Gestão demonstra “querer apoiar subrepticiamente outros candidatos, quando prometeu que não o iria fazer”.
O banqueiro afirmou que o Sporting pediu um rescalonamento dos pagamentos por Raphinha e Battaglia ao Vitória de Guimarães e ao Sporting de Braga e insistiu em denunciar a situação “gravíssima” da tesouraria.
“Sei que, neste momento, o Sporting não paga um tostão a um único fornecedor. Tem dívidas de dezenas de milhões de euros a fornecedores”, denunciou.
Os salários dos jogadores e dos funcionários ainda vão sendo pagos, “com dificuldades”, mas a manter-se a situação “não haverá dinheiro em novembro nem para salários”.