Jovem vítima de homofobia publica post que se torna viral no Facebook. Depois de pintarem a palavra “bichona” na parede de sua casa, escreveu um texto em que assume ser homossexual e reclama o direito à diferença. Aos ‘pintores’ homofóbicos, uma mensagem: “A essas pessoas eu dou todo o amor que há dentro de mim e que falta nelas”.

Ramom publicou um post no Facebook que se tornou viral. É a resposta perfeita à homofobia.

É um jovem brasileiro, igual a tantos outros, mas que ao longo da sua vida tem sido vítima de atos homofóbicos. Mas acaba de ser alvo de um novo ataque, desta vez mais grave.

Não, não se sente chocado com o facto de terem escrito “bichona” no muro de sua casa. Não se importa com o ‘epíteto’ e é uma pessoa feliz. Sente-se revoltado por danificarem o património da família, a casa que partilham, que custou esforço aos seus pais.

E Ramom publicou a imagem no Facebook, com um texto que conta a sua história de vida, as cobardias que sofreu na sua infância, a forma como lida com elas. E lida bem. Poderá ler o texto abaixo.

Desse post, destacam-se algumas frases. “Minha mãe e meu pai sempre me criaram como um garoto, me davam bolas, carrinhos e skates, porém eu sempre me interessava mais pelas bonecas e sapatos da minha irmã, sempre foi natural isso pra mim. E por quê não seria? Por quê seria errado eu gostar daquilo que pra mim era muito mais legal? Bom, essas perguntas eu me fiz a vida inteira. Até não precisar mais fazê-las, até que eu me compreendi, me entendi, me aceitei, me amei e senti muito por aquelas pessoas sentirem tão pouco”, escreveu.

O rapaz aborda o modo como encara os insultos que lhe dirigem, no bairro onde sempre morou.

“Eu nasci, cresci e vivo no mesmo bairro de sempre, dos insultos, das humilhações, da surra, das palavras ríspidas. Só que de tanto ouvi-las elas pararam de fazer sentido, não me afetam mais, não me magoam, simplesmente porque estou seguro de quem eu sou e do que eu acredito!”.

E termina com uma frase forte, citando a expressão que pintaram na parede de sua casa: “Sou uma bichona de marca maior e não me envergonho nem um pouco disso”.

“Nunca vou fingir ser algo que não sou para ser aceito e jamais vou parar de compartilhar e expor minhas idéias para que pessoas como essas pensem que ‘está tudo bem, só não pode ser gay perto de mim’. SIM, NÓS EXISTIMOS E PERSISTIMOS!”, diz.

A concluir, mais uma ideia que deve provocar uma reflexão:

“Não vou me calar em relação a isso e a nada mais. E a essas pessoas eu dou todo amor que tem dentro de mim e que falta nelas”.

O seu post já recebeu mais de 43 mil gostos, 4400 partilhas e 3000 comentários. Veja a publicação que deixou o Facebook a discutir a tolerância, o direito à diferença, a igualdade.