Perícias da Polícia Judiciária não batem certo com declarações de Sónia Brazão, que foi constituída arguida. PJ conclui que os quatro bicos do fogão estavam abertos e que a explosão foi provocada. Brazão desmente tentativa de suicídio, mas pode responder em tribunal pelo crime de explosão e incêndio.
As investigações da Polícia Judiciária determinaram que Sónia Brazão fosse constituída arguida, num processo que poderá terminar nos tribunais, caso o Ministério Público se decida pela acusação. Neste quadro, a atriz enfrenta uma pena mínima de três anos.
Brazão foi constituída arguida depois de ter prestado declarações à PJ, segundo avança a RTP. As autoridades consideraram que a versão de Sónia Brazão não condiz com as conclusões das perícias no seu apartamento.
Se for acusada e condenada, enfrentará uma moldura penal que varia entre os três e os 10 anos de prisão, respondendo pelos crimes de explosão e incêndio. Uma eventual prova de culpa também vai mexer com as indemnizações a pagar pelas seguradoras, decorrentes dos estragos.
“Não tentei matar-me”
Mas a atriz já negou que a explosão tivesse resultado de um ato premeditado. No dia em que teve alta hospitalar, assumiu que a teoria do suicídio era disparatada e garantiu que não tentou matar-se. Em entrevista ao Correio da Manhã, Sónia Brazão negou. “Não tentei matar-me”, disse.
Também uma amiga afastou a hipótese premeditação e contou que a explosão se deu no momento em que se acendeu uma luz (o que não bate certo com as perícias). Quando saiu do hospital, Sónia Brazão concedeu outra entrevista onde reitera que “não tem memória” do dia 3 de junho, data da explosão que quase lhe retirava a vida. Esta incapacidade de narrar os factos também não joga a favor da atriz.
“Felizmente, não me lembro de nada”
A atriz repetiu o que fora adiantado pelo seu irmão e pelo seu agente, quando estava ainda internada no Hospital de São José. “Felizmente, não me lembro de nada”, afirmou Brazão, numa entrevista publicada no Correio da Manhã.
Apesar de não se recordar do momento da explosão, tem memória do que antecedeu o acidente, revelando que se sentia “cansada”, antes. O lapso de memória terá sido causado por um estilhaço que a terá atingido na cabeça.
Essa entrevista foi o princípio da negação de uma teoria aventada pela Polícia Judiciária, que aponta para uma alegada tentativa de suicídio. As suas memórias limitam-se ao momento em que acordou no Hospital de São José, “sem saber o que tinha acontecido” e sem “tomar consciência do acidente de forma imediata”.
Agora, caberá ao Ministério Público decidir. Caso seja acusada e condenada, poderá ter de cumprir pena de prisão (ainda que com atenuantes) e ser responsabilizada pelos danos materiais provocados no edifício e bens que se encontravam nas imediações.
A explosão destruiu o apartamento da atriz, no dia 3 de junho, e deixou Sónia Brazão em perigo de vida. Na semana passada, recebeu alta e encontra-se em recuperação, com tratamentos em ambulatório.