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Sondagens. O que nos dizem sobre PSD, PS e… CDS?

As sondagens surgem a um ritmo frenético: só nos primeiros 16 dias de maio, foram realizadas oito. Todas elas são pouco esclarecedoras, no que diz respeito ao nome do próximo futuro primeiro-ministro. O PSD está em ligeira vantagem, mas sempre com o PS a morder os calcanhares. No entanto, há algo que está para além do nome do futuro chefe de executivo: a governabilidade… E aqui entra o CDS e Paulo Portas. Bloco e CDU parecem ter o seu destino traçado: não definirão maiorias e já perderam todos os votos que Sócrates poderia cativar à esquerda.

Com os partidos em pré-campanha eleitoral e os primeiros debates televisivos, surgem poucas variações no eleitorado. O PSD consegue vitórias em quase todas as sondagens de maio (seis em oito), mas quase sempre com vantagens escassas, a tocar no empate técnico.

Por outro lado, o CDS tem registado um crescimento (travado na última pesquisa da Intercampus). No entanto, longe vão os seis por cento de intenções de voto, num estudo de opinião da Universidade Católica, em abril. Paulo Portas está a cimentar a sua posição e os centristas perfilam-se como o terceiro partido mais votado.

A questão que se coloca é óbvia: onde estará o CDS a conseguir recolher eleitorado? Não é crível que o faça nos partidos à esquerda do PS. É notório que está a convencer muitos sociais-democratas e, ao mesmo tempo, os indecisos.

E Paulo Portas assume capital importância nestas sondagens, porque a votação que conseguir determinará o futuro político em Portugal: o CDS pode retirar a vitória ao PSD, mas, ao mesmo tempo, poderá permitir uma maioria de direita.

É o CDS que decide os extremos: um cenário de possível ingovernabilidade do PS (com uma vitória de Sócrates, numa minoria de esquerda), ou a estabilidade de um governo de Passos Coelho, em coligação com Portas.

Deste ponto de vista – e partindo do princípio de que não haverá grande flutuação de eleitorado –, olhar para a percentagem dos centristas como para as intenções de voto em PS e PSD é igualmente relevante.

Nem Passos Coelho nem José Sócrates conseguirão maioria. As probabilidades de coligação entre o PS e os partidos de esquerda é nula. A possibilidade de Sócrates se coligar com Passos ou Portas está igualmente afastada. Por isso, só há uma possível coligação: PSD-CDS.

Olhando as sondagens nesta perspetiva, verifica-se que o PSD está perto do poder, no limiar da maioria com o CDS, mas com o PS muito perto. E a proximidade entre PSD e PS será o maior inimigo de Paulo Portas. O eleitorado de direita pode sacrificar os centristas, para impedir a reeleição de Sócrates.

E onde entram os restantes partidos com assento parlamentar, nesta análise? Sairão prejudicados da luta taco-a-taco entre Sócrates e Passos Coelho? Sim, sobretudo o Bloco. Longe vão as sondagens com dois dígitos… A CDU está no mesmo plano. Mas é um dado praticamente adquirido que o PS não conseguirá granjear mais votos à sua esquerda.

Os 12,6 por cento que a sondagem de ontem conferem ao CDS parecem ser um capital extremamente precioso para o PSD. A Intercampus realizou duas sondagens, a 12 e 15 de maio, onde se verifica uma queda do CDS, de 0,8 por cento. O PSD sobe e o PS cai. São ventos favoráveis a Passos Coelho, que tem muitos votos a colher à sua direita. No entanto, o líder social-democrata já navegou com 47 por cento de intenções de voto…

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