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“Sócrates rebentava com o dinheiro todo”, revela o ex-motorista

João Perna, o ex-motorista de José Sócrates, falou pela primeira vez sobre a alegada fortuna do antigo primeiro-ministro, que Sócrates diz ser de Carlos Santos Silva.

“Rebentava com o dinheiro todo com a vida que tinha. E emprestava também muito dinheiro”, revelou João Perna, também arguido da Operação Marquês, em declarações ao Correio da Manhã.

De acordo com a acusação , o ex-motorista era um dos ‘peões’ das operações financeiras entre José Sócrates e Carlos Santos Silva, com o Ministério Público a entender que o ex-primeiro-ministro usava o amigo para ‘esconder’ a fortuna.

“Eu sabia que o Carlos lhe trazia [dinheiro] todas as semanas, porque ele não se dirigia a lado nenhum”, frisou João Perna.

O ex-motorista diz ter sido “arrastado” para um esquema montado pelo antigo governante, rejeitando ter ajudado a esconder a fortuna de Sócrates, como acusa o Ministério Público.

“Era o primeiro-ministro. Eu ia lá meter em questão alguma coisa? Em três anos com aquele homem, eu chegava de manhã e dizia-lhe ‘bom dia’, a resposta era ‘João, traz-me dois cafés’. Ao fim da noite, dizia-lhe ‘até amanhã, senhor engenheiro’ e ele dizia ‘amanhã, esteja cá às nove’. O meu crime foi levantar-me todos os dias para ir trabalhar para aquele homem, esse é que foi o meu verdadeiro crime”, argumentou.

João Perna revelou que Carlos Santos Silva entregava dinheiro a Sócrates todas as semanas, com este último a depositar numa conta do então motorista.

No entanto, nunca João Perna questionou o ex-primeiro-ministro sobre o dinheiro: “Acha que eu ia confrontar o homem a perguntar-lhe ‘ó senhor engenheiro, onde é que foi buscar este dinheiro e a que pretexto é que você vai transferir dinheiro para a minha conta?'”

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