José Sócrates, o mais criticado primeiro-ministro da história política recente, concede uma entrevista hoje, à RTP, no que representa o fim de um longo período de silêncio do ex-líder do PS. É a mais esperada entrevista dos últimos anos.
É o regresso de Sócrates, que encerra um silêncio que dura desde junho de 2011, data em que foi derrotado, nas eleições legislativas, depois de se demitir do cargo de primeiro-ministro. O chumbo do PEC 4 precipitou eleições antecipadas, ganhas pelo PSD, que em coligação com o CDS formou um Governo de maioria.
Desde então, José Sócrates foi considerado o grande culpado da crise económica em que Portugal mergulhara, num período marcado pelo regresso da troika ao país, para a assistência financeira, programa que perdura, marcado pela austeridade.
O atual Governo está sob fogo cruzado, incapaz de cumprir as metas inscritas no memorando, agravando o cenário económico e social. Mas é o primeiro-ministro José Sócrates que os portugueses pretendem ouvir.
Centenas de perguntas ficaram por fazer, outras tantas questões por esclarecer, num estranho silêncio iniciado desde a derrota nas eleições. O ex-primeiro-ministro viajou para Paris, onde residiu.