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Sócrates: “Espero que Portas não seja o bailarino que tropeça nos próprios pés”

socrates portasNo comentário político que assina na RTP, José Sócrates considerou que “o Governo não pode manter-se numa situação de conflito interno permanente”, que se tornou indisfarçável. Sócrates acusa o CDS de “ambiguidade” muito próxima do “oportunismo político” e lamentou que o primeiro-ministro “não se dedique a resolver esta evidente falta de sintonia”.

O comentário de ontem de José Sócrates versou, sobretudo, a alegada crise entre a maioria PSD-CDS, que segundo o ex-primeiro-ministro é “indisfarçável”. José Sócrates acusa Paulo Portas de “ambiguidade” e lamenta que Passos Coelho não seja capaz de resolver “uma divergência muito forte”.

“O CDS não pode manter esta ambiguidade: estar dentro e estar fora. O CDS quer dizer aos portugueses que quer os benefícios de estar no Governo, mas não quer nenhum prejuízo eleitoral resultante da impopularidade das medidas do mesmo Governo. Esta ambiguidade tem sido saudada por muitos, como forma de esperteza. Mas eu acho que está muito próxima do oportunismo político”, defendeu José Sócrates.

No entanto, esta estratégia dos centristas pode não resultar. “Eu espero que Portas não seja o bailarino que tropeça nos próprios pés”, disse o comentador político, na RTP.

Para o ex-primeiro-ministro, o CDS “está a subir a parada” e já não pretende apenas substituir o ministro da Economia. “Paulo Portas não quer apenas uma remodelação, mas uma mudança mas políticas, com uma atenção à economia e ao emprego. Quer dizer ao primeiro-ministro que o CDS não quer ser governado pelo ministro das Finanças”, sustentou ainda.

No entanto, “o Governo não pode manter-se numa situação de conflito interno permanente”. E como o CDS “está a subir de tom”, cabe a Passos Coelho tomar uma posição.

“Está em causa a autoridade do primeiro-ministro, que deveria separar bem o que é consenso do que é obediência. Lamento que o primeiro-ministro não se dedique a resolver esta evidente falta de sintonia, que tem efeitos corrosivos na política deste Governo”, concluiu Sócrates.

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