Primeiro-ministro demissionário reage às palavras de Passos Coelho. Sócrates considera que há “cinismo” do líder do PSD, por “prometer apoio ao Governo num pedido de ajuda ao FMI”, quando recentemente “empurrou o país para uma situação ainda mais difícil”.

Passos Coelho dissera que não criaria “bloqueios” ao Governo, num cenário de necessidade de ajuda externa. E José Sócrates manifestou-se perplexo com as palavras do líder do PSD.

Acusou-o de um “notável cinismo”, por ter “empurrado” o país “para uma situação mais difícil” e pretender agora “ajudar o Governo” a sair dessa situação.

O primeiro-ministro demissionário criticou o facto de Passos Coelho ter demonstrado “irredutibilidade” para sequer “discutir o PEC 4”, que “permitiria evitar um pedido de ajuda externa”, e agora pretender “apoiar” a única solução para os problemas de financiamento do país.

Sócrates foi mais longe e acusou Passos de “não ter consciência” dos “prejuízos que criou” ao País, ao chumbar o Plano de Estabilidade e Crescimento. Portugal está a pagar a fatura da perda de “reputação e credibilidade” no exterior, o que foi visível com as descidas do rating da dívida.

E o secretário-geral do PS ‘disparou mais algumas balas’, no campo político, ironizando com o facto de o PSD não admitir formar uma coligação com o PS, se o partido for liderado por José Sócrates.

“Cabe ao PS escolher o seu líder. E ficamos surpreendidos quando querem impor novas lideranças em partidos alheios”, rematou José Sócrates.