O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido, por suspeita de crimes de corrupção, fraude fiscal, de falsificação de documentos e branqueamento de capitais. Sócrates ficou sob detenção assim que aterrou em Lisboa, depois de viajar de Paris.
Pela primeira vez na história da Democracia portuguesa, um ex-primeiro-ministro foi detido em Portugal. José Sócrates é suspeito da prática de crimes de corrupção, fraude fiscal, de falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
A nota da Procuradoria-Geral da República revela que “no âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), e onde se investigam suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, na sequência de diligências, desencadeadas nos últimos dias, foram efetuadas quatro detenções”.
Entre os detidos “está José Sócrates”, que passou a noite na prisão e deverá ser ouvido hoje pelo juiz. Além do ex-primeiro-ministro, há outras três pessoas detidas: Carlos Santos Silva, ex-administrador do grupo Lena, Gonçalo Ferreira, advogado, e Joaquim Lalanda de Castro, representante da multinacional farmacêutica Octapharma.
“Três dos detidos foram presentes ao juiz de instrução criminal durante o dia de sexta-feira, sendo que os interrogatórios serão retomados este sábado. Também este sábado, o quarto arguido será presente ao juiz de instrução”, explica a mesma nota da PGR.
Foram realizadas buscas em vários locais, “tendo estado envolvidos nas diligências quatro magistrados do Ministério Público”, e 60 elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Polícia de Segurança Pública (PSP), “entidades que coadjuvam o Ministério Público nesta investigação”.
A PGR esclarece também que o inquérito “investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível”.
Esta não é a primeira vez que recaem sobre José Sócrates suspeitas de alegados crimes de corrupção. No entanto, nunca o ex-primeiro-ministro foi investigado.
A investigação que prossegue agora com a detenção de Sócrates “é independente do denominado inquérito Monte Branco, não tendo tido origem no mesmo”.
Todos os crimes sob suspeita terão sido alegadamente praticados durante o período em que José Sócrates exercia a função de primeiro-ministro.