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Sócrates acusado de exigir ‘luvas’ para licenciar projeto Freeport

Advogado Augusto Ferreira do Amaral referiu em tribunal que José Sócrates, ministro do Ambiente à data dos factos, “pediu 500 mil contos” como retribuição para desatar os nós do empreendimento Freeport, localizado em Alcochete. “Eu não acreditar que um ministro do meu país pedisse ‘luvas’ para dar uma licença”, sublinhou a testemunha, amigo pessoal do arguido Manuel Pedro.

Augusto Ferreira do Amaral, testemunha do caso Freeport, julgamento que envolve José Sócrates, indicou que o então ministro do Ambiente e ex-primeiro-ministro terá exigido “500 mil contos” para permitir que o projeto Freeport avançasse. O antigo governante prestou declarações como testemunha no Tribunal do Barreiro.

Segundo narra Augusto Ferreira do Amaral – antigo secretário de Estado da Estruturação Agrária no III Governo Constitucional e, em 1981, ministro da Qualidade de Vida no VII Governo Constitucional –, Manuel Pedro (arguido no processo e seu amigo) manifestou-se “escandalizado” por saber que estava a ser exigida uma verba para pagamento de luvas. A testemunha conta que, em meados de 2002, Manuel Pedro lhe contara que foi exigido um pagamento para José Sócrates.

“Ele [Manuel Pedro] estava escandalizado pela dimensão da quantia e pelo destinatário”, recorda Augusto Ferreira do Amaral, que precisou essa quantia: “500 mil contos”. O advogado recriou em tribunal um diálogo com Manuel Pedro, numa tentativa de perceber quem pretendia essa verba, sendo que a expressão “upa, upa” foi usada para transmitir a ideia de que essa pessoa seria alguém hierarquicamente superior.

“Foi o diretor geral do Ambiente?” pergunta Augusto Ferreira do Amaral a Manuel Pedro. “Upa upa”, responde-lhe este, que repetiu a mesma resposta até chegar o nome de José Sócrates. “Manuel Pedro estava escandalizado”, acrescenta a testemunha.

A testemunha referiu ainda que Manuel Pedro não praticou qualquer ato de corrupção. Apenas reagiu a “uma exigência das autoridades”, tendo em vista o licenciamento do Freeport. E no topo dessas autoridades estava José Sócrates.

“Eu não acreditar que um ministro do meu país ‘ pedisse ‘luvas’ para dar uma licença”, sublinhou Augusto Ferreira do Amaral. José Sócrates teria “um porta-voz” nestas alegadas negociações, que exigiam um pagamento para uma conta determinada e com o máximo de rapidez possível.

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