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Sociais-democratas suecos recuam mas resistem ao avanço da extrema-direita

Os sociais-democratas do primeiro-ministro sueco Stefan Löfven resistiram ao anunciado descalabro eleitoral nas legislativas de hoje, ao manterem uma confortável vantagem sobre os conservadores e a extrema-direita, que não ultrapassou a barreira simbólica dos 20 por cento, segundo as primeiras projeções.

O Partido Social-democrata recolheria entre 25,4 por cento e 26,2 por cento dos sufrágios, um recuo de cinco pontos face às legislativas de 2014, penalizado pela sua política migratória que implicou a chegada em 2016 de 160.000 requerentes de asilo, um recorde na Europa em relação com o número de habitantes.

A extrema-direita, que esperava alterar substancialmente o cenário político interno, não registou o avanço eleitoral desejado pelo seu presidented Jimmie Åkesson, que ainda hoje previa “entre 20 por cento a 30 por cento” dos votos.

Os Democratas da Suécia (SD), formação de extrema-direita, anti-imigração, nacionalista e eurofóbica, obterá entre 16,3 por cento e 19,2 por cento, após 12,9 por cento, em 2014. Segundo a sondagem mais favorável, divulgada pela televisão pública STV, o partido torna-se na segunda força política do país escandinavo, à frente dos Moderados (conservadores).

O escrutínio também terá sido dececionante para os conservadores, com um recuo de cinco prontos em quatro anos, fixando-se em torno dos 18 por cento dos votos.

A votação de hoje foi a primeira a ser realizada desde que a Suécia, país com uma população que ronda os dez milhões de habitantes, recebeu 163 mil requerentes de asilo em 2015, o maior rácio per capita da Europa, no acolhimento de migrantes.

Em poucos meses, o Governo de Estocolmo teve, no entanto, que recuar nas políticas de acolhimento, e o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, admitiu que o país não estava a conseguir lidar com tal fluxo migratório.

Apesar do endurecimento das leis migratórias e do reforço dos controlos fronteiriços, muitos suecos sentem-se abalados por um crescente sentimento de insegurança, alimentado por relatos de violações, carros incendiados e violência de gangues em bairros normalmente associados com a população imigrante, e com uma elevada taxa de desemprego.

O cenário tem sido fértil para a agenda anti-imigração do SD, que, durante a campanha eleitoral, também anunciou a intenção de apresentar um pedido no parlamento para que a permanência sueca na União Europeia (UE) vá a referendo.

Na sexta-feira, o partido divulgou que o líder tinha sido ameaçado de morte.

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