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Soares tem sido de um “radicalismo” que incita “à violência”, diz vereador do CDS

mario soares A Câmara de Lisboa deu a Chave de Honra a quem tem assumido “posições de radicalismo político e de incitamento à violência”: Mário Soares. A crítica é João Gonçalves Pereira, o vereador do CDS que se assumiu contra a distinção ao antigo Presidente da República.

Mário Soares tem mais de 90 anos e continua a não ser consensual. O antigo Presidente da República foi homenageado pela Câmara de Lisboa, apesar da oposição de um vereador, o centrista João Gonçalves Pereira.

Numa declaração de voto, o vereador do CDS condenou as “posições de radicalismo político e de incitamento à violência” que Mário Soares tem assumido como justificativa para se opor à atribuição da Chave de Honra da cidade ao histórico socialista.

“O CDS-PP não pode deixar de considerar que o Dr. Mário Soares não é nos dias de hoje uma personalidade consensual, tendo assumido posições de radicalismo político e de incitamento à violência que não podem ser esquecidas”, salientou João Gonçalves Pereira.

O vereador evocou as três “personalidades nacionais” que já receberam a Chave de Honra (Carlos Lopes, José Saramago e Durão Barroso), justa porque “estiveram em causa feitos ou obras internacionalmente reconhecidas”.

“Esse patamar deve ser preservado e não deve ser confundido com um aniversário pessoal ou um mero gesto político”, aludiu o responsável centrista, numa alusão à decisão tomada pela Câmara liderada pelo secretário-geral do PS, António Costa.

Na mesma declaração de voto, o vereador admitiu que o CDS “reconhece o percurso e a carreira política nacional e internacional do Dr. Mário Soares (…), assim como reconhece o seu papel em defesa da liberdade e da democracia”.

Só que, “em política, as palavras têm consequências e o nosso partido não deve com o seu voto concordar ou de alguma forma legitimar essas posições”, reforçou.

A tomada de posição foi revelada aos jornalistas no dia em que a Câmara de Lisboa discutiu a atribuição da Chave de Honra da cidade a Mário Soares, aprovada com os votos favoráveis da maioria e do PSD, a abstenção do PCP e o voto contra do CDS.

A proposta, apresentada por António Costa, é assim justificada: “Numa ocasião de tão grande significado, aquela em que ele comemora o seu 90.º aniversário, tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere atribuir a Chave de Honra da cidade de Lisboa ao Dr. Mário Soares, em reconhecimento pelos serviços prestados e em louvor do seu combate pela democracia, pela cidadania, pela cultura, pela projecção de Portugal e da sua capital no mundo”.

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