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Soares irritado com “claque de capangas” que aplaudiu Passos e Cavaco na missa de D. Manuel Clemente

mario soaresHistórico socialista e antigo Presidente da República, Mário Soares diz que a missa inaugural de D. Manuel Clemente foi “um escândalo”, pelo facto de o novo patriarca ter permitido aplausos ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e ao chefe de Estado, Cavaco Silva. Num artigo no DN, Soares fala de uma “claque de capangas”, numa alusão às pessoas que bateram palmas a Cavaco e a Passos.

Mário Soares assina um artigo de opinião no Diário de Notícias, onde não poupa críticas ao novo patriarca. Em causa está a salva de palmas com que o primeiro-ministro e o chefe de Estado foram recebidos, no Mosteiro dos Jerónimos, na primeira missa de D. Manuel Clemente.

O histórico socialista fala em “escândalo” e em “vergonha inaceitável”, aludindo a uma “claque de capangas” que se encontrava no local. Soares teme que a atitude represente um regresso ao fascismo, onde ditadores eram acolhidos com grandes salvas de palmas preparadas.

“A presença do Presidente da República, nada discreta, de Passos Coelho e de Paulo Portas e mais a claque dos capangas que lá puseram para bater palmas aos políticos presentes resultou num escândalo”, escreve o antigo Presidente da República, no artigo de opinião do DN.

D. Manuel Clemente também é visado nas críticas duras de Soares. “Foi uma vergonha que infelizmente o vai marcar negativamente perante os católicos sinceros e progressistas, sem falar dos leigos, como eu, que se lembram bem dos tempos em que o fascismo utilizava a religião”, salienta Mário Soares.

Para o socialista, aquela saudação não respeitou “um lugar sagrado”, que “não é um lugar próprio para esse tipo de manifestações políticas”. Mário Soares sublinha que “não se compreende” que o novo patriarca “deixasse que os políticos presentes fossem aplaudidos”.

O novo patriarca, “pessoa culta e experiente”, teria a obrigação de lembrar que a igreja onde o episódio ocorreu não era o “apropriado” para aquele tipo de manifestação.

Esta ideia foi transmitida um dia depois de Mário Soares ter chamado “salta-pocinhas” a Paulo Portas, pelo facto de o dirigente do CDS ter apresentado a demissão e ter recuado.

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