Economia

Soares dos Santos: “É muito mais fácil trabalhar com os bancos lá fora. Sou recebido no salão, não à porta”

Soares dos Santos, um dos homens mais ricos de Portugal, garante que não deve a fortuna aos bancos portugueses. Os principais negócios da Jerónimo Martins foram realizados com investimento da banca estrangeira. “É muito mais fácil trabalhar com os bancos lá fora”, revela o empresário.

“A banca portuguesa não tem dinheiro para financiar” as empresas nacionais que apostam na internacionalização, insistiu Alexandre Soares dos Santos, numa entrevista à Eco.

“Quando estava cá, precisávamos de dinheiro e a banca portuguesa não estava disponível”, pelo que as empresas de Soares dos Santos foram mudadas para a Holanda. “É muito mais fácil trabalhar com a banca lá fora”, insistiu o empresário.

O empresário que ergueu o poderoso grupo Jerónimo Martins (dono, entre outros, dos supermercados Pingo Doce) refere ainda que “lá fora não sou recebido à porta” quando vai aos bancos pedir financiamento: “Sou recebido no salão principal”.

“Só em investimentos, a Jerónimo Martins investe entre 700 a 800 milhões de euros por ano. Mesmo em Portugal foram, este ano, 300 milhões. Vamos inaugurar o nosso centro logístico de Valongo, são 75 milhões”, explicou Soares dos Santos: “Quantas empresas portuguesas investiram 300 milhões este ano?”

“A banca portuguesa é cada vez mais espanhola”, lamentou ainda Soares dos Santos: “Fala-se muito que é bom, mas as decisões vão todas a Espanha. A concessão de crédito é decidida em Espanha, tirando um caso ou outro mais pequeno”.

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