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Soares arrasa política de Passos num 25 de abril de fissuras políticas

mario_soaresMário Soares, antigo presidente da República, assina um artigo, no dia 25 de abril, no jornal Público, onde tece duras acusações ao Governo de Passos Coelho, responsável pelo “empobrecimento” dos portugueses e por colocar em causa “conquistas sociais”. Segundo Soares, que faltou à sessão solene do 25 de Abril, no Parlamento, “o povo não vai deixar – pacificamente, espero – de reagir”.

São palavras duras de Mário Soares, publicadas num artigo de opinião que surge precisamente no dia 25 de abril, data da celebração da Liberdade. Mas essa Liberdade está abalada, segundo se pode depreender das palavras do antigo chefe de Estado.

Mário Soares faz, antes de mais, um apelo à ponderação, quer do ponto de vista do Governo de Passos Coelho, quer do ponto de vista dos portugueses. Perspetiva uma nova revolução, sem usar esta palavra. “O povo português não vai deixar – pacificamente, espero – de reagir”, realça o socialista, que se multiplicara, até há pouco tempo, elogios a Passos Coelho.

O primeiro-ministro é agora alvo de críticas severas, pelas políticas de austeridade que aplica e pela “ideologia do atual Governo”. Soares fala de uma “realidade terrível”, de políticas que estão a criar “problemas novos” a Portugal.

Refere-se à perda de “conquistas sociais”, ao “empobrecimento de milhões de portugueses”, à “dignidade do trabalho” e ao próprio “Serviço Nacional de Saúde”. por outro lado, lamenta Soares, “não há critério” nas privatizações, sendo que o Governo “está a vender a retalho joias da coroa”.

O diagnóstico feito pelo executivo sobre a razão desta crise está errado, defende Soares: “Quer os liberais queiram, quer não, trata-se de uma crise global do capitalismo de casino, que afeta o Ocidente e começa a sentir-se em alguns dos estados emergentes e por todos os Continentes”. O histórico socialista inocenta os portugueses, acusados de viver acima das possibilidades.

Mário Soares prevê ainda que as políticas levadas a cabo por Passos Coelho levem o país “ao desastre”, algo que “o Fundo Monetário Internacional já percebeu”. A 25 de Abril de 2014, o antigo presidente da República, um dos símbolos do 25 de Abril, vê o país “de mal a pior”.

Hoje, na Assembleia da República, decorrem as comemorações solenes do dia da Liberdade. Soares primará pela ausência, solidário com os militares que não pactuam com as políticas do Governo.

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