Ex-chefe de Estado não compreende que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho critique o PS, no Parlamento, ao mesmo tempo que chama António José Seguro e os deputados socialistas para uma refundação do memorando.

“No Parlamento, Passos Coelho fala contra o PS, mas depois já pede ao PS que participe na refundação do memorando. Ora, isto não faz qualquer sentido”, disparou o antigo Presidente da República, Mário Soares, muito crítico para com o Orçamento de Estado para 2013 e relativamente às políticas do Governo.

Mário Soares considera que Passos Coelho não pode atacar o PS, sobretudo numa alusão às origens do apoio externo – negociado com o PS no Governo –, e considerar que os socialistas são importantes para a “refundação” do memorando de entendimento com a troika.

Ontem, Pedro Passos Coelho e António José Seguro estiveram no Parlamento, a discutir o Orçamento de Estado, num debate marcado por críticas do secretário-geral do PS ao primeiro-ministro.

Seguro acusou Passos de não defender os interesses de Portugal nos conselhos europeus. O primeiro-ministro ficou indignado, sendo que o debate acabou por extremar as divergências entre PS e a maioria.

Hoje, prossegue o debate do Orçamento de Estado, na Assembleia da República, antevendo-se a mesma oposição do PS e os mesmos ataques do PSD.