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“Só se fosse parvo Duarte Lima iria ao Brasil”, diz o seu advogado

duarte_lima1Deslocação de Duarte Lima ao Brasil é colocada de parte pelo advogado do homem que responde pelo homicídio de Rosalina Ribeiro. “Vai ao Brasil para quê? Para ser preso lá? Só se fosse parvo”, afirmou Germano Marques da Silva. Duarte Lima está a ser ouvido hoje, no Tribunal Central de Investigação Criminal, em Lisboa, no âmbito de um processo de fraude e branqueamento de capitais. A defesa tenta como medida de coação termo de identidade e residência.

O advogado Germano Marques da Silva colocou fora de hipótese uma ida de Duarte Lima ao Brasil, por sua iniciativa, para participar em qualquer ação judicial. O causídico argumenta, no entanto, que Duarte Lima “está disposto a colaborar” com as autoridades, “esclarecendo o que for necessário”, mas apenas quando a acusação for formalizada.

“Duarte Lima não vai ao Brasil e só se fosse parvo o faria. Vai ao Brasil para quê? Para ser detido lá?”, questionou Germano Marques da Silva, aludindo ao mandado de captura que a Justiça brasileira emitiu, por suspeitas do envolvimento do português na morte de Rosalina Ribeiro.

Germano Marques da Silva – que falava à porta do Tribunal Central de Investigação Criminal, onde o antigo líder parlamentar social-democrata iria ser ouvido – revelou que Duarte Lima não colocará entraves ao processo de investigação e está disponível para prestar depoimento a partir de Portugal.

Recorde-se, no entanto, que a ministra da Justiça afirmou ontem, em entrevista à TVI, que existe uma convenção entre Portugal e Brasil que permite a extradição de cidadãos entre os dois países.

Entretanto, Duarte Lima responde, no Campus da Justiça, por outro processo, de alegada fraude e branqueamento de capitais, num processo que envolve também o seu filho e outro advogado.

As buscas na casa de Duarte Lima, na Quinta do Lago, começaram de madrugada. A Polícia Judiciária entrou na propriedade e deparou-se com o caseiro. Conversaram com o caseiro e regressaram à mansão, onde decorreram as buscas.

A casa é propriedade de Duarte Lima, mas através de um paraíso fiscal. Os investigadores da PJ acreditam que poderiam encontrar documentos importantes que ajudassem a esclarecer as alegadas burlas. Também no Porto foram efetuadas as mesmas diligências na casa de um advogado próximo de Duarte Lima.

O advogado e antigo deputado está envolvido num processo relacionado com fraude e crime económico, relativo a compras e vendas de terrenos na zona de Oeiras. Estes negócios envolvem também Pedro Lima e um amigo da família, também detidos.

A fraude levou a que alguns proprietários de terrenos vendidos tivessem de lidar com dívidas às Finanças, devido a mais-valias. A intimação às famílias, para pagar as mais-valias, permitiu perceber aos proprietários que houve duplas escrituras e que o real valor da venda do terreno era superior.

O filho de Duarte Lima, Pedro Lima, e o advogado investigado pela Polícia Judiciária também estarão envolvidos nesta fraude, onde o BPN é parte. A assinatura de ambos em diversas escrituras denuncia a participação nesta alegada burla.

Duarte Lima enfrenta também outro processo de crime, no caso-Rosalina Ribeiro. O Ministério Público do Rio de Janeiro acredita que o advogado é o culpado da morte da companheira de Tomé Feteira, cuja herança gerou uma luta nos tribunais.

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves, lembra, no entanto, que os dois casos não devem ser misturados e que o facto de surgir o mesmo suspeito em ambos é “uma coincidência”.

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