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“Só ouvi medidas restritivas, não percebi o que vai ser feito para interromper estas cadeias de transmissão”

Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), lamentou que as autoridades de saúde anunciem medidas restritivas sem explicar como pretendem reforçar a resposta dos serviços de saúde.

“Só ouvi medidas restritivas, não percebi o que vai ser feito para interromper estas cadeias de transmissão. Era importante o reforço dos meios e uma estratégia de comunicação mais assertiva”, salientou o epidemiologista, ao comentar as declarações de António Costa momentos antes.

O médico, que é militante do PSD, frisou que a prioridade no combate à pandemia devia ser a quebra das cadeias de transmissão, depois de dois dias com o número de novos casos a rondar os 10 mil.

“Assistimos a uma espécie de normalização das questões. Entrámos em estado de emergência em março com 200 casos por dia, hoje com 10 mil parece que as pessoas normalizaram esta situação quando não é normal termos este volume de casos”, lamentou, em declarações ao Observador.

O presidente da ANMSP avisou que, “a manter-se esta incidência” de 10 mil novos casos por dia, “não vamos ter capacidade de responder”.

“Temos dois dias com um número elevadíssimo [de contágios] e estamos a avolumar também em termos de mortalidade, da lotação das unidades de cuidados intensivos e do próprio internamento. Temos hoje a vacina, uma arma fundamental para combater o problema, mas é importantíssimo que as pessoas percebam que, por vários meses, a capacidade de vacinação vai ser muito baixa para ter um verdadeiro impacto, estamos muito longe de ter o problema resolvido”, insistiu.

Nesse sentido, o epidemiologista considerou que “nenhum dos cenários pode ser retirado de cima da mesa”, incluindo o encerramento das escolas.

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