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Só diminui as forças de segurança equipará-las a comunidades, diz Marcelo

O Presidente da República considerou hoje, a propósito dos incidentes no bairro Jamaica, que só diminui as forças de segurança alimentar a ideia de que estão em confronto, no mesmo plano, com qualquer comunidade, equiparando-as a estas.

“Não compreendo, francamente, como se pode equiparar comunidades e forças de segurança. São coisas diferentes. Por definição, as forças de segurança exercem a sua autoridade relativamente a todas as comunidades no espaço nacional, urbano ou não urbano. E estar a querer comparar, equiparar essas realidades é diminuir o papel das forças de segurança”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa, reforçou esta mensagem: “As forças de segurança só ganham em perceber que, ao alimentarem a ideia de que há um confronto no mesmo plano com qualquer comunidade sobre a qual têm de exercer autoridade, estão a diminuir-se”.

O chefe de Estado respondeu assim a quem, como o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, o criticou por ter ido na segunda-feira ao bairro de Vale de Chícharos, também conhecido como bairro Jamaica, vendo nesse gesto uma desconsideração pelas forças de segurança.

A visita do chefe de Estado, sem anúncio prévio e sem comunicação social, aconteceu 15 dias depois de se terem registado incidentes com a polícia naquele local, que levaram à abertura de um inquérito pelo Ministério Público e de outro pela direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Segundo o Presidente da República, é errado “equiparar comunidades e forças de segurança” e “não perceber isto é não perceber qual é o papel das forças de segurança”.

“Estão num plano diferente do plano da sociedade relativamente à qual exercem funções de autoridade”, insistiu.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou também que “estar a alimentar a polémica sobre esta matéria é, direta ou indiretamente, como se assistiu nos últimos tempos”, contribuir para “um clima de ‘os bons e os maus’, ‘os brancos contra os negros’, ‘os negros contra os brancos’, ‘uns contra os outros'”, que rejeitou.

“Isso não se coloca relativamente às forças de segurança, que estão num plano diferente, só as diminui colocar assim. E, por outro lado, isto é não compreender que somos todos portugueses, são todos portugueses, é introduzir aqui na sociedade portuguesa o que não podemos introduzir”, argumentou.

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