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O seu smartphone funciona com ‘energia’ do trabalho infantil?

A bateria do seu smartphone pode ter cobalto extraído por crianças, nas minas da República Democrática do Congo. A Amnistia Internacional denuncia trabalho infantil, com violência, extorsão e intimidação.

A denúncia é da Amnistia Internacional: há crianças de 7 anos que são exploradas, violentadas e extorquidas nas minas da República Democrática do Congo.

Apple, Microsoft e Vodafone são algumas das 16 multinacionais que estão na mira da Amnistia Internacional e da Afrewatch, uma organização não-governamental africana.

Em causa, trabalho infantil, com crianças a trabalharem em minas de extração de cobalto, usado nas baterias de lítio que são usadas em smartphones e noutros dispositivos móveis.

A revelação foi feita após uma investigação nas minas artesanais, onde são relatados casos de trabalho infantil em condições deploráveis, com jornadas de 12 horas, sem qualquer tipo de proteção.

Ainda de acordo com o mesmo relatórios, as crianças trabalham sob condições climatéricas adversas, de calor extremo, e carregam às costas materiais muito mais pesados do que a sua capacidade física.

A remuneração destes pequenos trabalhadores não ultrapassa os dois dólares por dia, sendo que em alguns casos não ultrapassa o dólar por dia.

Há casos de espancamentos em crianças, que são vigiadas por polícias não autorizados.

A Huayou Cobalt, uma empresa chinesa, recebe cerca de 40 por cento do mineral da República Democrática do Congo.

Posteriormente, o cobalto é processado e vendido a diversas empresas que fabricam baterias. A Apple, a Microsoft e a Vodafone são alguns dos compradores desses produtos.

Numa reação a esta denúncia, a Huayou Cobalt desmente e garante que “não há qualquer caso de trabalho infantil”.

Por seu turno, a Apple vai proceder a uma investigação, para garantir que o cobalto utilizado nos seus equipamentos tem origem no Congo.

“Não toleramos trabalho infantil na nossa cadeia de fornecedores”, reage a marca da maçã.

Porém, um investigador da Amnistia contrapõe e garante que “nenhuma empresa pode dizer que desconhece abusos de direitos humanos e trabalho infantil ligados à extração mineira da República Democrática do Congo”.

Veja aqui a denúncia da Amnistia.

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