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Síria: “Eleições” de 3 de junho preparam o terceiro mandato de Bashar al-Assad

Apesar da guerra civil, a Síria vai a votos no dia 3 de junho. Como a Constituição exige uma aprovação dos candidatos pelo Parlamento, o Presidente Bashar al-Assad deverá ser reeleito para o terceiro mandato. Enquanto a data das eleições era anunciada, dois obuses caíam em Damasco.

O presidente do Parlamento sírio, Mohammad al-Laham, anunciou hoje a data das próximas eleições. Em plena guerra civil, os sírios vão ‘eleger’ o Presidente a 3 de junho.

“Decidi fixar a data da eleição do Presidente da República Árabe Síria para os cidadãos residentes na Síria a 3 de junho”, afirmou Mohammad al-Laham, esta manhã, no mesmo período em que Damasco era atingida por dois obuses.

Segundo o relato do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os obuses que atingiram a capital, no momento do anúncio, provocaram dois mortos e vários feridos.

As ‘eleições’ são apresentadas como as primeiras “livres”, mas na prática estão condicionadas pelo Baath, o partido do regime. Os candidatos têm de cumprir vários requisitos, destacando-se a aprovação por 35 dos 250 deputados.

Desta forma, o Baath só vai ‘aprovar’ os candidatos que não causem mossa a Bashar al-Assad, o Presidente que vai avançar para o terceiro mandato consecutivo, depois dos 97,3 por cento dos votos em 2000 e dos 97,6 por cento de 2007.

Bashar al-Assad tem mantido a ‘tradição’ de ser candidato único: foi assim que o pai, Hafaz al-Assad, se manteve no poder durante largos anos.

O atual Presidente mantém o falso tabu sobre a recandidatura, embora admitindo haver “fortes hipóteses” de avançar.

Os candidatos terão de se apresentar até 1 de maio e necessitam de ter residido no país nos últimos dez anos (o que afasta a oposição no exílio)

Fim das negociações?

As primeiras eleições multipartidárias na Síria, ao abrigo da Constituição de 2012, já estão a ser contestadas por observadores internacionais.

O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, deu voz às críticas: a marcação de eleições para ‘democratizar’ a Presidência de Assad deita por terra as esperanças de um acordo para o fim da guerra civil.

Para se sentar à mesa das negociações, a oposição, agrupada na Coligação Nacional Síria, tem exigido que Assad seja afastado para sempre do poder.

Em três anos de guerra civil, as organizações não governamentais apontam para mais de 150 mil mortos, mais de 6,5 milhões de desalojados e mais de 2,5 milhões de refugiados.

Redação

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