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Síria: 16 combatentes do regime mortos em bombardeamentos turcos de represália

Dezasseis combatentes do regime sírio morreram em bombardeamentos de represália do exército turco na província de Idlib, informou hoje uma ONG, após a morte de 33 soldados turcos em ataques atribuídos por Ancara ao poder em Damasco.

Aliada da Síria, a Rússia sublinhou hoje que o exército de Bashar al-Assad “tem todo o direito” de combater “terroristas” em Idlib, adiantando que Moscovo não pode impedir o regime sírio de reagir aos seus ataques.

Os bombardeamentos turcos realizados durante a noite “por artilharia ou com ‘drones’ (aparelhos aéreos não tripulados)” visaram posições do regime nomeadamente no sul e leste daquela província no noroeste da Síria, precisou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

As autoridades de Damasco não comentaram a escalada com Ancara em Idlib, nem referiram qualquer balanço.

“Dezasseis combatentes das forças do regime foram mortos nos bombardeamentos turcos”, indicou à agência France-Presse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Ancara tinha confirmado ter ripostado aos ataques atribuídos ao regime sírio e que mataram na quinta-feira 33 soldados turcos na província de Idlib.

“Todas as posições conhecidas do regime (sírio) foram alvo das nossas unidades terrestres e aéreas”, afirmou o diretor de comunicação da Presidência turca, Fahrettin Altun, num comunicado.

Numa conferência de imprensa, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, assinalou que “em resposta às constantes violações do regime de cessar-fogo na zona de Idlib, o exército sírio tem todo o direito de responder, esmagar os terroristas”.

“Nós não podemos proibir o exército sírio de cumprir com os requisitos mencionados nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre uma luta sem quartel contra o terrorismo em todas as suas formas e expressões”, adiantou Lavrov.

Com o apoio de Moscovo, Damasco realiza desde abril uma ofensiva em Idlib, que reforçou em dezembro, para recuperar o último grande bastião rebelde e ‘jihadista’.

A Turquia, que apoia alguns rebeldes e tem forças no noroeste sírio, tem insistido numa suspensão da ofensiva.

Ancara, que acolhe mais de 3,6 milhões de refugiados sírios no seu território, teme que a violência naquela província, fronteiriça à Turquia, provoque um novo fluxo de refugiados.

A tensão crescente nas últimas semanas entre as forças de Ancara e de Damasco já originou vários combates e os bombardeamentos de quinta-feira fizeram aumentar para pelo menos 53 o número de militares turcos mortos em Idlib em fevereiro.

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