O candidato do PS, Basílio Horta, vai governar a Câmara de Sintra com o apoio do PSD e da CDU. O fundador do CDS, que ganhou sem maioria, apenas não atribui pelouros aos quatro vereadores afetos ao independente Marco Almeida.
Basílio Horta, um dos fundadores do CDS, concorreu pelo PS à presidência da Câmara de Sintra. Ganhando sem maioria absoluta, o autarca vai atribuir pelouros aos vereadores do PSD e da CDU, isolando os quatro vereadores eleitos pelo movimento independente encabeçado por Marco Almeida.
“Estas coisas nunca são fáceis, mas quando as pessoas estão bem intencionadas e não estão a pensar em lugares o acordo torna-se possível. Vamos ter uma governabilidade assegurada, esse era o grande objectivo”, explicou-se Basílio Horta, ao Negócios.
A lista do PS elegeu quatro membros para o executivo camarário, tantos quantos a segunda força mais votada. Para isolar o quarteto de Marco Almeida, o presidente da Câmara – toma posse esta tarde – chegou a acordo com os dois eleitos pelo PSD e o único vereador da CDU, os quais vão ter pelouros “já atribuídos”, embora ainda não revelados.
Só na sexta-feira, quando o novo executivo camarário reunir pela primeira vez, é que a entrega das pastas será formalizada. A única confirmação é que os quatro vereadores independentes não terão qualquer pelouro.
“Não pode haver 11 vereadores com pelouros”, defendeu Basílio Horta, lembrando que Marco Almeida foi, “na campanha eleitoral, o principal opositor”. “Esteve 12 anos como vice-presidente da câmara municipal, por isso está na hora de fazer uma pausa, há uma necessidade de refrescar a equipa”, acrescentou.
Da parte do PSD, que concorreu coligado com o CDS-PP, o cabeça de lista suspendeu o mandato, pelo que os vereadores serão Luís Patrício e Paula Neves. “É um bom acordo para Sintra”, comentou Pedro Pinto, que vai continuar como deputado porque, não sendo eleito presidente, não vê “razões para estar como vereador”.
Pedro Ventura, o vereador eleito pela CDU, considerou “importante” o acordo que permite a “defesa dos interesses da população de Sintra”.