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Sinistralidade rodoviária tem impacto económico e social negativo de 1,2% por cento do PIB

O secretário de Estado da Proteção Civil afirmou hoje que o impacto negativo, económico e social da sinistralidade rodoviária em Portugal é de 2,3 mil milhões de euros, equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

“A sinistralidade rodoviária no país tem um impacto económico e social que equivale a 1,2 por cento do PIB, ou seja, 2,3 mil milhões de euros. Trata-se de um fenómeno complexo com vários fatores que contribuem para ele”, sublinhou José Artur Neves.

O governante, falava em Castelo Branco, durante a Cerimónia Nacional do Dia Mundial das Vítimas da Estrada 2018, cuja organização esteve a cargo da Liga de Associações Estrada Viva e da Associação de Motociclistas Cristãos de Portugal (CMA).

José Artur Neves explicou que, apesar dos progressos que têm sido obtidos, o número de mortos continua elevado e adiantou que a evolução da sinistralidade rodoviária dentro das localidades portuguesas tem tido uma diminuição mais lenta e adiantou que, em 2017, 77 por cento dos acidentes com vítimas registaram-se dentro das localidades.

“Muito se tem feito, mas levamos três décadas de atraso face aos países do norte da Europa que foram adaptando os espaços urbanos e os tornaram mais seguros”, frisou.

Já em relação à fiscalização explicou que, nos primeiros dez meses de 2018, face ao período homólogo do ano anterior, houve mais 82,2 por cento de autos de contraordenação, mais 791,5 por cento de autos graves decididos, mais 256 por cento de decisão relativa a autos muito graves e mais 21 por cento de autos cobrados.

No mesmo período, as prescrições registaram uma diminuição de 74,5 por cento e, desde que entrou em funcionamento o sistema de cartas por pontos, 118 condutores perderam a sua licença de condução e cerca de 500 estão atualmente em risco de a perder.

“O Governo tem a segurança rodoviária como um dos pilares essenciais para uma sociedade que valoriza o bem-estar. É necessário haver uma mobilização coletiva da sociedade portuguesa para o flagelo da sinistralidade rodoviária. O desafio que se coloca é gigantesco”, concluiu.

O vice-presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Fernando Moutinho, avançou com alguns dados relativos ao distrito de Castelo Branco, onde, em 2017, morreram 19 pessoas, número que, a nível nacional, se cifrou em 602 mortes.

“Isto é só uma parte do problema. O combate à sinistralidade tem que passar sempre por uma mudança de comportamentos. Em 80 a 95 por cento dos acidentes rodoviários, a responsabilidade é o comportamento do condutor. Há uma desculpabilização. Não há a perceção de que o comportamento é essencial para reduzir a sinistralidade”, disse.

Por seu turno, o presidente da Liga de Associações Estrada Viva, Mário Alves, explicou que, a nível mundial, morrem anualmente nas estradas um milhão e 200 mil pessoas, o equivalente ao despenhamento de dez aviões 747 (jumbos) por dia.

“Trata-se de um problema grave à escala mundial e à escala nacional. Não podemos baixar os braços”, concluiu.

O Presidente da República fez hoje um apelo cívico aos portugueses para se combater a sinistralidade rodoviária no país e pediu uma aposta das autoridades “na prevenção, na educação e na sinalização”.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou hoje o dia mundial em memória das vítimas da estrada com uma mensagem no ‘site’ da Presidência da República, recordando que os “dados mais recentes revelaram a lamentável inversão da tendência de decréscimo, desde 2010, dos acidentes rodoviários e vítimas mortais”

“A sinistralidade rodoviária tem uma trágica e imensa dimensão para todos os que, diretamente, vivem com as memórias dolorosas, na maior parte das vezes permanentes, causadas pela privação traumática de alguém próximo. É um problema grave à escala mundial, mas também à escala nacional”, escreveu na nota colocada no ‘site’ da Presidência da República.

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